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Bebê de 26 dias sofre três paradas cardíacas e é reanimado em hospital após recusa de maternidades

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Foto: Google Maps

A família de uma bebê de 26 dias de vida se desesperou com o estado de saúde da recém-nascida na última terça-feira(23), depois que perceberam que a menina estava tossindo muito e ficando roxinha. Os pais percorreram pelo menos três hospitais até conseguir que a garotinha fosse atendida. 

A mãe, J.S, de 17 anos, disse que foram na Maternidade Wall Ferraz, o Ciamca do Dirceu, na zona Sudeste, que mandaram ir para a Maternidade Dona Evangelina Rosa, no bairro Ilhotas. 

"Chegando lá, eles não receberam também e como ela já estava ficando roxa, nós fomos para o Monte Castelo. Lá, minha sogra já entrou com elas nos braços correndo e gritando, porque já estava muito roxa e foram que atenderam. Mas ainda chegaram a dizer que não atendiam recém-nascido", afirmou a mãe.

No Hospital Municipal Miguel Couto, no bairro Monte Castelo, a equipe se mobilizou para salvar a vida da criança, que estava com parada cardiorrespiratória. 

"Ela teve três paradas cardíacas, era uma paciente grave, estava há dois dias tomando Tamiflu e com a negativa ainda na porta da maternidade, nós não nos furtamos em recebê-la, mesmo sendo um atendimento específico que é de paciente neonato. Também chamamos o Samu que nos ajudou", afirmou a diretora geral do Fátima Sousa ao Cidadeverde.com.

A equipe de profissionais se esforçou para fazer o atendimento apesar de não estar preparada com material para fazer o atendimento a bebês neonatais. "Nós até encaminhamos uma nota de reconhecimento e agradecimento, porque mesmo não sendo referência, se propôs a fazer a diferença e não só preservou mas também resgatou a vida da criança", argumentou a diretora.

Depois de conseguir estabilizar a paciente, a equipe conseguiu uma vaga na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da na Maternidade Wall Ferraz (Ciamca), onde a bebê está internada.

A mãe disse que o diagnóstico ainda não foi fechado, que um boletim será dado à família na tarde desta quinta. "Ela ficou em observação na UPA do Renascença um dia e meio, fizeram um raio X, mas não disseram nada. Passaram a medicação e nos mandaram para casa. Dois dias depois ela começou a passar mal e procuramos os hospitais. Agora ela está sondada, estou tirando o leite e eles estão dando para ela", conta a adolescente sobre sua primeira filha.

"Eu estava me sentindo desamparada, correndo de hospital em hospital e sem vagas, pensei que ia acontecer o pior", avalia a mãe, que também está doente e tomando medicação em casa.

O Cidadeverde.com entrou em contato com a Maternidade Dona Evangelina Rosa que informou que como o bebê já estava em casa, ela não seria atendida no local. Já que a unidade só está recebendo gestantes e bebês encaminhados de outras maternidades. A sugestão da assessoria da maternidade era que de que deveriam ter procurado o Hospital Infantil Lucídio Portela.

A reportagem entrou em contato com a Fundação Municipal de Saúde (FMS) que, em nota, disse que a Maternidade Wall Ferraz informou aos familiares que a unidade de saúde estava sem pediatra de plantão, mas que logo depois da resposta, a mãe do bebê deixou o local. A FMS disse que se ela tivesse narrado a situação, o bebê teria sido prontamente atendido por um médico neonatologista. A FMS informou ainda que o contexto do caso está sob análise da diretoria especializada para adoção das providências cabíveis.

Atendimento pediátrico nas unidades de saúde

Em caso de urgência pediátrica (para lactentes - de 29 dias a 11 meses e 29 dias e para crianças de 1 ano a 12 anos de idade), a Fundação informa que Teresina oferta esse tipo de atendimento nas três UPAS (Renascença, Promorar e Satélite) e nos hospitais municipais que ficam localizados nos bairros Santa Maria da Codipi, Buenos Aires, Parque Piauí, Promorar, Monte Castelo e Matadouro. Se houver necessidade, a criança pode ser transferida para outros locais da rede de saúde, a exemplo do Hospital de Urgência de Teresina (HUT). 

Caso a urgência envolva recém-nascido, com idade de 1 dia até 28 dias de vida, os responsáveis podem levá-lo para as maternidades da cidade (exemplo: Maternidade Wall Ferraz, Promorar, Satélite e Buenos Aires), preferencialmente para onde ocorreu o parto ou para as UPAS (Renascença, Promorar e Satélite) e hospitais da cidade.

 

Caroline Oliveira
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