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A força deve ser a da lei e não a força física, alerta sociólogo sobre violência policial

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Em pouco mais de 30 dias, a Corregedoria da Polícia Militar do Piauí registrou três ocorrências de violência policial no Piauí. Em todos os casos os policiais foram conduzidos à corregedoria e afastados das atividades. O comportamento agressivo de alguns agentes de segurança tem o apoio de uma parcela da população, mas é uma prática ilegal com punição prevista.  

Arnaldo Eugênio, doutor em antropologia, aponta que a truculência policial vai de encontro à democracia. “A força no Estado democrático de direito não é a força física, mas a força da lei”, disse em entrevista à TV Cidade Verde.

Para ele, a partir do momento que o policia assume o poder da justiça ela foge do seu campo de responsabilidade e infringe regras institucionais. “Se o policial fizer justiça com as próprias mãos, teremos que dissolver o poder judiciário”, alerta o antropólogo, que condena a rotina desgastante dos policiais e defende um ano sabático para os agentes de segurança.

A população também não deveria estimular a polícia a cometer atos infracionais. Para o doutor em sociologia, agir contra criminosos utilizando-se de práticas ilegais é ser criminoso dentro de um estado democrático.

O problema da segurança pública também estaria ligado a fatores sociais, devendo ser tratado também pelo âmbito do controle social. Segundo Arnaldo, os crimes de violência policial ocorrem em sua maioria em periferias, contra pessoas de baixa escolaridade e de cor negra.

Foto: Letícia Santos/Cidadeverde.com

Valmir Macêdo
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