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Copa América chega a reta final sem resolver problemas e seleção é afetada

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Pelo regulamento da Copa América, a seleção brasileira faria nesta segunda (1º) um treino com reconhecimento de gramado no Mineirão, palco do confronto de terça-feira (2) contra a Argentina, pelas semifinais da competição.

Assim como aconteceu em Porto Alegre, entretanto, o protocolo não será seguido: os comandados de Tite irão trabalhar na Cidade do Galo, CT do Atlético-MG, em uma tentativa de preservar o gramado do estádio.

O estado dos gramados é um tema recorrente em uma Copa América que chega à sua reta final sem conseguir resolver problemas de organização que a atrapalham desde a primeira semana. 

E as reclamações vão das dificuldades na compra de ingressos por torcedores, problemas de estrutura nos treinamentos oficiais que afetavam torcida e jornalistas, às dificuldades de logística e gramados que passaram a afetar seleções, incluindo a brasileira.

Depois da vitória diante do Paraguai nos pênaltis, nas quartas de final, Tite não poupou críticas ao gramado da Arena Grêmio. Foi contundente durante a entrevista coletiva, e depois, em conversa informal com jornalistas.

Nos dias que antecederam à partida, o Brasil deixou de treinar no gramado, e houve um esforço de recuperação, mas os resultados não foram satisfatórios.

"É inconcebível eu vir na segunda-feira aqui, olhar para o gramado e ver cinco pessoas trabalhando e uma delas de folga. Eu venho de novo na terça-feira, as mesmas cinco pessoas trabalhando e o gramado inteirinho prejudicado. Nos cobrem de acerto de passe e finalização, é um direito, o técnico tem que responder. Mas cada um tem a sua responsabilidade. Me deem condições de campo!".

Adversária desta terça, a Argentina também foi afetada. "É difícil jogar às vezes, os campos estão muito ruins, lamentavelmente. É uma vergonha que num gramado desse esteja sendo jogada a Copa América. Não ajuda a jogar, poder ter a bola rápida, dar o toque de primeira. Quica mal, não dá para conduzir".

Além do gramado, a logística também foi criticada. Distâncias dos hotéis para os locais de treinamento e de jogo e tempo no trânsito foram focos, tanto do Brasil como de outras equipes.

"A logística de hotel, em dia de jogo, tem sido muito difícil, principalmente em São Paulo. Em dia de treino que reconhece o gramado, a gente leva uma hora praticamente para chegar. Podia ter sido feito um pouco melhor. Espero que da próxima vez isso venha ao caso", disse Thiago Silva.

O treinador da Venezuela, Rafael Dudamel, também foi duro nas palavras. "Quando me falam da Copa América ou da Copa do Mundo no Brasil, a gente imagina encontrar o melhor de tudo. Assim como tem o melhor futebol, a gente imagina encontrar os melhores cenários para poder desfrutar da Copa América no Brasil. 

Ficamos surpreendidos. Não só com o estádio, mas a logística quanto a hotéis e tudo mais, não correspondem a uma Copa América, e muito menos ao Brasil", disse, depois de empatar com o Brasil na primeira fase.

Os problemas que afetam as seleções somam-se a reclamações sobre os preços dos ingressos –jogos com seleções menos tradicionais tiveram públicos baixos.

Mesmo quando tiveram casa cheia, os estádios da Copa América tinham espaços visíveis sem torcedores, e público abaixo da capacidade máxima.

Na semana inicial, também houve problemas na retirada de ingressos por parte de torcedores, e credenciais por parte de jornalistas. Antes da estreia, ao treinar no Pacaembu, o lateral esquerdo Filipe Luís reclamou de tomar banho gelado.

O cuidado paliativo com o treinamento desta segunda, retirado do Mineirão, marca a chegada da Copa América à reta final sem solução definitiva para o problema dos gramados. As críticas geraram reação do Comitê Organizador Local.

"A gente vê os campos nivelados, com cobertura de grama ideal. A gente considera os gramados bons e aptos para receberem a competição. A gente tem especialistas atuando", disse Thiago Jannuzzi, gerente de competições do COL, após as críticas de Messi.

Sobre o preço dos ingressos, a organização da Copa América afirmou que o valor foi calculado para cobrir os custos da competição. "Evolução do preço tem que levar em conta o evento, todo o que teve de investimentos para a delegação. Há um balanço do que é justo, e que possa cobrir os custos", analisou Januzzi.

"Não diria que a gente se afasta do torcedor popular com US$ 15,00 na Arena Grêmio, Arena Corinthians, e U$ 30,00 nos outros. Criamos uma faixa de preço bem ampla", disse Jannuzzi.

O Brasil treina nesta segunda na Cidade do Galo às 16h. Às 18h30, Tite concederá entrevista coletiva no Mineirão. O confronto com a Argentina será às 21h30 de terça-feira.

DANILO LAVIERI, MARCEL RIZZO E PEDRO LOPES
BELO HORIZONTE, MG (UOL/FOLHAPRESS)

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