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Sejus investiga agente por tiro antes de motim e não tem número de foragidos

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A Secretaria Estadual de Justiça abriu sindicância para apurar os motivos que levaram à rebelião no presídio Major César, que deixou um rastro de destruição com dois feridos e uma viatura queimada.

Uma das denúncias é que o motim teve início quando um agente de plantão teria atirado em um preso. Até agora, a Sejus não tem informações sobre o número de presos foragidos. O presídio abriga 604 presos quando a capacidade é para 200. O Sindicato dos Agentes Penitenciários divulgou ontem que cerca de 200 detentos conseguiram fugir durante a rebelião, que teve início às 15h e encerrou às 18h.

O defensor Dárcio Rufino, que esteve na Major César ontem e se encontrava hoje no presídio, informou ao Cidadeverde.com que a Secretaria e os órgãos competentes estão levantando os prejuízos e as causas da rebelião.

"Conversei com o capitão Marinho e fui informado que a Major César está com nova direção incorporando mudanças e pode ser um fator desencadeador. Achei estranho, porque teve um saidão agora e não teve nenhum registro. Um fator relevante é que um agente teria efetuado um disparo em um apenado e teria começado a rebelião, mas a Secretaria está apurando", disse o defensor.

Dárcio informou ainda que viu um preso ferido no pé ontem na Major César. 

"Eu o vi sangrando e ele foi levado para o hospital penitenciário de Altos".

 Armas desapareceram após rebelião

Após a rebelião dessa terça-feira (2) na Colônia Agrícola Penal Major César, três revólveres calibre 38 desapareceram do alojamento dos agentes penitenciários. As informação é do Sindicado dos Agentes Penitenciários (Sinpoljuspi).

"Dois 38 eram da penitenciária e um particular. Não sabemos se eles foram levados pelos presos que fugiram ou se estão dentro da Major Cesar", alertou o agente penitenciário Acácio de Castro , diretor jurídico do Sinpoljuspi. 

Acácio de Castro, diretor jurídico do Sinpoljuspi

O sindicato reforça a versão de que a rebelião começou após uma discussão durante procedimento de segurança por conta do horário de visitação. "Houve uma discussão entre um agente e um preso seguida de um disparo acidental. Ele nem chegou a sacar a arma", informou . 

O tiro disparado acidentalmente pegou o agente de raspão na perna, rasgando o seu uniforme. 

Segundo o diretor, no momento da rebelião, apenas sete agentes penitenciários estavam de plantão na unidade, que possuía mais de 600 detentos. "O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária indica um agente penitenciário para cada cinco presos. Ontem na Major César tínhamos um agente para 95 presos", disse o diretor do Sinpoljuspi.

Segundo o Sinpoljuspi, a última fuga em massa foi em 2017 na Penitenciária de Esperantina, quando 77 presos fugiram da unidade.

Vagas

De acordo com levantamento da administração penitenciária de maio de 2019, o sistema penitenciário do Piauí possui 2390 vagas para 4930 presos. Segundo análise do Sinpoljuspi, o pior presídio em lotação proporcional é o de Parnaíba, com 679 detentos, para 176 vagas. A Penitenciária José de Ribamar Leite, a Casa de Custódia, tem 336 vagas para 1067 presos.

Flash Yala Sena e Valmir Macêdo
[email protected]

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