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Coordenadora lamenta rejeição familiar pela doação de órgãos

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A coordenadora da Central de Transplantes do Piauí, Maria de Lourdes Veras, ressaltou que um dos grandes desafios a ser superado no Estado é reverter o quadro de doações, que ainda é muito pequeno.  A falta de conhecimento impede o aumento do número de doadores, acredita Veras.  

"No ano passado, inclusive, nós tivemos o maior índice de rejeição familiar. Temos que melhorar essa comunicação, passar para a nossa população a importância desse ato, porque é difícil a família decidir isso em um momento de desespero pela perda de um ente querido", disse a coordenadora. 

Para ela, falta conhecimento por parte das famílias. Fazer a doação de uma córnea, por exemplo, ajuda outra pessoa a enxergar novamente, isso é um ato de amor e solidariedade.  

"Nós estamos em falta com a nossa população porque nossas campanhas tem sido insuficiente.  Nós temos que ampliar a informação dentro das escolas. Hoje, nós já fazemos um trabalho muito grande dentro da rede hospitalar, mas ainda não está sendo o suficiente. Precisamos melhor com a Comunicação para que essa mensagem chegue a mais pessoas". 

Comunicar a família

Desde 2001, a validade de uma documentação em que a pessoa em vida afirma ser doador de órgão foi revogada diante da decisão que apenas a família tem a soberania de decidir por isso, após a morte da pessoa. 

A família precisa permitir a doação. "É preciso deixar claro para a sua família porque legalmente (um documento afirmando ser doador) não tem valor", diz Viana. 

"Por isso, nenhum documento seja oficial, extraoficial, não tem valor. A manifestação tem que ser falada para a família até segunda grau da linha reta ou colateral. Então, o que nós observamos na nossa prática, nesses anos de trabalho, é que se você diz que é um doador, a família vai entender o seu último desejo". 

Foto: Analice Borges

HGV 

O Hospital Getúlio Vargas transporta córneas e com a perspectiva de também realizar transplante  de fígado, que está em processo de tutoria com o Hospital Albert Einstein com o Ministério da Saúde. 

"O transplante é complexo e necessita de uma infraestrutura basal muito grande, seja de exames clínicos, imunológicos, de urgência, para atender toda a demanda laboratorial e cirúrgica".  

O HGV ainda aguarda reformas no prédio, localizado no Centro-Sul de Teresina, nas áreas destinadas aos transplantes. O projeto já está pronto e deverá ser concluído neste ano. 

Ela explicou que a compatibilidade genética em alguns transplantes, como o de rins,  é fundamental. "Tanto é que a distribuição desses órgãos não depende de tempo de espera, mas sim da compatibilidade genética".  

"Todos os nossos pacientes que estão aguardando um transplante de rim no Piauí já estão com o seu exame de HLA. É feito uma tipagem que já fica no sistema e, toda vez que aparece um doador falecido, também é feito a tipagem HLA dele, e receberá o órgão quem for mais compatível". 

Informações

Central de Transplantes
Rua Primeiro de Maio, S/N, Hospital Getúlio Vargas, Centro
Email: [email protected]
Telefone: (86) 3216-3553

Carlienne Carpaso
[email protected] 

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