Cidadeverde.com

Por problemas estruturais, CRM volta a interditar Evangelina Rosa

Imprimir
  • mat7.jpg CRM-PI
  • mat6.jpg CRM-PI
  • mat5.jpg CRM-PI
  • mat4.jpg CRM-PI
  • mat3.jpg CRM-PI
  • mat2.jpg CRM-PI
  • mat1.jpg CRM-PI

A Maternidade Dona Evangelina Rosa (MDER) passa por nova interdição a partir desta quarta-feira (7). Dentre os problemas apontados pelo Conselho Regional de Medicina do Piauí (CRM-PI) estão a falta de leitos, questões sanitárias e equipamentos sucateados. 

A MDER havia passado por interdição no dia 3 de julho e após uma nova vistoria realizada no dia 26, o CRF identificou novas falhas no funcionamento da unidade e aprovou nova interdição. 

De acordo com o conselho de medicina, na ala A da maternidade faltam leitos, há lodo nos banheiros, mau cheiro e infiltrações no teto com mofo. “Imagine o risco de infecção para os bebês e para as mães. Havia ainda uma paciente com recém-nascido prematuro em uma das enfermarias ao lado de uma paciente em tratamento clínico de infecção”, informou a médica conselheira, Ana Cláudia Louçano.

Um dos principais problemas da maternidade é a falta de leitos especializados para acolher às mães e bebês. A fiscalização do CRM apontou ausência de leitos no Berçário, UTI neonatal e pós-parto não havia vagas disponíveis. “As mães muitas vezes saem do trabalho de parto, da cesária, ou da UTI e não têm para onde ir porque não tem leitos de pós-parto ou de cuidados intermediários”, alerta Louçano. 

A fiscalização aponta ainda para a presença de vários berços aquecidos e incubadoras quebradas no corredor, e para o número insuficiente de pediatras em relação proporcional ao número de leitos. “Esse déficit de profissionais faz com que as mães demorem mais para receber alta. Se demora a ter alta, demora a surgir vagas”, explica a conselheira do CRM. 

Para o CRM, as mães e recém-nascidos que aguardam vagas nas salas do complexo correm diretamente risco de vida por permanecerem isolados dentro das salas por falta de assistência e ambiente próprios.

Interdição

Durante a interdição, pacientes de médio e baixo risco são reencaminhadas a hospitais da periferia de Teresina, como as maternidades municipais dos bairros Satélite, Buenos Aires, Promorar e Ciamca. 

“Não temos poder de polícia. A interdição prevê que a equipe médica atenda apenas pacientes de alto risco”. 

Alimentação

As pacientes e funcionárias relataram que as refeições oferecidas às pacientes e acompanhantes é insuficiente e de péssima qualidade. “Muitas vezes o lanche é meio copo de suco e o café servido é meio copo de farinha de milho mal cozida, com leite”, aponta o CRM.

Falsos partos

Os plantonistas relataram à equipe de fiscalização que pacientes são encaminhadas à Maternidade com diagnósticos não condizentes com a realidade e com idades gestacionais mal calculadas. “Muitas unidades do interior encaminham as gestantes para a maternidade simplesmente porque não têm um anestesista na unidade”, relata Louçano. 

Obras paradas

Segundo o CRM, na parte estrutural do prédio a reforma para ampliação da UTI estava sem trabalhadores. “As pacientes chegam na maternidade, não tem leito pós-parto porque a maternidade prometeu fazer uma reforma, começou e nunca terminou. Havia muito entulho e poeira”, conta a conselheira. 

A fiscalização identificou na assistência neonatal que não há material suficiente e que os que existem estão deteriorados ou contaminados, como por exemplo, sensor de temperatura, máscaras para reanimação e respirador manual, equipamentos usados principalmente em bebês prematuros.

Incapacidade do Estado

Para o CRM-PI há uma “incapacidade do Governo do Estado e da diretoria da maternidade para resolução dos problemas detectados”. O órgão espera que os problemas sejam sanados após o prazo de interdição. 

Sobre a interdição do CRM, a Maternidade alegou as seguintes informações:

ESCLARECIMENTO À IMPRENSA – EVANGELINA ROSA NUNCA REALIZOU TANTAS OBRAS EM TÃO POUCO TEMPO

Sobre o posicionamento do Conselho Regional de Medicina (CRM/PI), acerca da prorrogação da interdição ética da Maternidade dona Evangelina Rosa (MDER), a Unidade Hospitalar vem à público esclarecer que recebe com traquilidade o adiamento da interdição por mais 30 dias e que esse fato nunca foi visto como punição, mas como uma oportunidade de atender o que é a sua especialidade, que é o atendimento de alta complexidade. A Mder é uma casa antiga, com problemas estruturais, mas a Instituição vem procurando se manter  oferecendo serviço de excelência, promovendo reformas importantes, tanto com sua equipe, como com empresas contratadas para as reformas mais complexas. Somente de janeiro a junho deste ano de 2019, foram concluídas a reforma do setor Admissão, com sala de estabilização e reforma da sala de Classificação de Riscos, da Central de Materiais e do Serviço de Radiologia, bem como da Unidade de Cuidados Intermediários Canguro ( UCIMCA). Todos os espaços foram equipados com o que há de mais moderno em maquinários, mobília, macas, etc.

Após a reforma da Ala C, entregue em julho, a Unidade aguarda  concluir processo de licitação para criação de mais 44 leitos de obstetrícia, situação que será  feita dentro da lei. Ao que se refere à camas e colchões, foi realizada recentemente a compra de 124 camas novas com colchões, poltronas e escadas, além disso foram recuperadas mais de 100 poltronas de acompanhantes.

A recuperação de área física, ao que se referem a banheiros, pisos, janelas e pintura já foi concluído nas enfermarias já recuperadas. E já está em tramitação processo para a reforma de mais 51 banheiros que representará um investimento de mais de R$1 milhão. Tudo atrevés de processo legal. Além disso, reconstruiu parque tecnológico de imagem, instalação de novo piso em centro cirúrgico e centro obstétrico. Com a inauguração da nova Central de Materiais ( CME)  capacidade de esterilização de materiais da maternidade foi duplicada para 1400 kg material  por dia, esse último desmente a denúncia de suposta falta de lençóis, alegada na publicação.

Importante lembrar que a Evangelina Rosa cumpre um cronograma de obras e reformas e ampliações que é acompanhado pela Procuradoria Geral do Estado (PGE), que visita a Instituição semanalmente para vistoria das obras que estão sendo e já foram realizadas.

Ressaltamos que é de conhecimento do CRM-PI todo o esforço realizado pela Gestão da Casa para cumprir as exigências dos orgãos fiscalizadores e que muito já foi feito, graças à parceria e investimentos da Secretaria de Estado da Saúde ( SESAPI) e Governo do Estado. Reconhecemos que ainda há muito a ser feito, mas não é razoável considerar “ incapacidade do Governo do Estado e da diretoria da maternidade para resolução dos problemas detectados”, tal como afirmado em nota do Conselho.

Quanto à superlotação, que é problema que ocorre sazonalmente,  a diretoria Maternidade já  notificou o Conselho Regional de Medicina (CRM-PI),  em outras oportunidades, em documentos protocolados e com prontuários médicos em anexo, alertando  às Instituições acerca de pontuais imeinências de suprlaotação na Unidade hospitalar por conta de pacientes de baixo risco  encaminhadas para a Mder por outras maternidades.

Nos prontuários anexados, cada médico registrou de onde a parturiente foi transferida – sem a devida regulação -  e sua situação de baixa complexidade. A diretoria lembra que a Evangelina Rosa é uma Maternidade de alta complexidade e que esses casos não devem ser encaminhados para a Casa, pois a Unidade Hospitalar superlota e não consegue trabalhar na sua plenitude, no entanto, a MDER e SESAPI estão sempre procurandomaneiras legais de cumprir as determinaçôes do CRM/PI.

Segue, anexo ao esclarecimento,  uma série de ações realizadas na Evangelina Rosa após a primeira interdição:

Ações realizadas

 

Valmir Macêdo
[email protected]

Você pode receber direto no seu WhatsApp as principais notícias do CidadeVerde.com
Siga nas redes sociais