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Dani Alves iguala Luís Fabiano no São Paulo e tem maior apresentação do país

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Torcida, ambulantes, cambistas, cobertura da imprensa, policiamento e filas na porta do estádio. O cenário parecia perfeito para um clássico, mas não teve jogo na noite desta terça-feira (6), no Morumbi.

Miguel Schincariol / saopaulofc.net

A casa do São Paulo estava cheia para receber o seu mais badalado reforço nesta temporada, Daniel Alves.

Segundo o clube, 44.268 pessoas pagaram ingresso para acompanhara a festa, que teve o seu ápice quando o capitão da seleção brasileira entrou no campo pela primeira vez para vestir a camisa tricolor. Ou seja, logo de cara, ele já fez história e igualou um recorde de Luís Fabiano.

Até então, a apresentação para jogador no Brasil com mais pessoas no estádio era do terceiro maior artilheiro do tricolor, com cerca de 45 mil pessoas no total. Vale destacar que na ocasião, a entrada no estádio era gratuita e não houve uma contagem precisa de quantos torcedores compareceram ao local.

Já neste ano, foi cobrado R$ 5 dos torcedores -a ideia era aumentar a segurança do público ao evitar superlotação de setores. Além disso, tiveram pessoas com direito à gratuidade (menores de 7 anos e torcedor PCD) e quem foi trabalhar. Havia, por exemplo, 150 jornalistas credenciados para cobrir o evento.

Os clubes brasileiros não têm tanta tradição em fazer grandes festas para apresentar seus reforços. O próprio São Paulo colocou 20 mil pessoas no Morumbi, durante a Copa do Mundo de 2014, para saudar Kaká, o melhor jogador do mundo de 2007, em seu retorno ao país.

Mesmo sendo em dia de jogos, em 2011, pouco mais de 20 mil pessoas foram ver Seedorf vestir a camisa do Botafogo.

Com bastante pompa, Ronaldinho Gaúcho desembarcou no Rio de Janeiro, também em 2011, para assinar com o Flamengo. Na festa, na Gávea, 15 mil rubro-negros marcaram presença.

Para completar, Robinho levou 6 mil santistas para a Vila Belmiro, em 2010, enquanto Ronaldo Fenômeno, no Corinthians, teve seu nome gritado por cerca de 5 mil pessoas no Parque São Jorge, em 2008.

Vale destacar ainda que Romário, destaque da Copa do Mundo de 1994, foi recepcionado por uma carreata no Rio de Janeiro, em 1995, quando fechou com o Flamengo. O ídolo desfilou em carro aberto por mais de três horas até a Gávea, mas não foi possível calcular quantas pessoas presenciaram a festa.

AMBULANTES E CAMBISTAS

Na porta do estádio, os ambulantes tentavam lucrar de alguma maneira. Diversos ambulantes comercializavam todos os tipos de produtos relacionados ao novo ídolo tricolor. Copos personalizados eram negociados por R$ 15, camisetas com o nome do astro custavam R$ 40 e faixas para reverenciar o lateral eram encontradas por R$ 10.

Apesar de ainda ter ingressos nas bilheterias, os cambistas tentavam vender bilhetes para os torcedores que estavam com preguiça de encarar as filas. Os preços variavam de R$ 10 a R$ 40 (havia diferença no câmbio paralelo em função do setor do estádio, sendo o valor original de R$ 5).

OS DETALHES DA RECEPÇÃO

A festa começou no Salão Nobre do Morumbi, onde imprensa e dirigentes aguardaram Daniel Alves com certa inquietação e muitos olhares na direção da porta pela qual o jogador entraria às 19h35 (de Brasília) - um atraso irrisório de cinco minutos no começo de uma recepção enorme. 

Ali o lateral deu entrevista coletiva de quase uma hora; algo bastante incomum, mas que deu tempo para ele se declarar ao clube, exaltar o projeto que lhe foi apresentado e prometer retribuir a confiança de todas as formas que conseguir.

Até aquele momento a torcida acompanhava tudo pelos telões, mas logo dividiria o protagonismo. Com efeitos de luzes, fogos de artifício e casa cheia, a recepção lembrou um dos muitos shows internacionais que o Morumbi recebe, com o detalhe de o astro ser Daniel Alves. Houve ovação a Raí, Hernanes, Kaká e Luis Fabiano, mas o estádio pulsou mesmo quando o reforço apareceu e pegou o microfone.

Alves cantou o hino do clube junto com a torcida e pareceu emocionado, declarando-se mais uma vez. "O São Paulo não contratou um jogador; contratou um torcedor", disse.

Nos telões, mensagens de Casemiro, Miranda, Cristiane Rozeira muito festejadas pelos são-paulinos, que se surpreenderam com Luis Suárez e Lionel Messi desejando sorte ao ex-companheiro de Barcelona. Daniel Alves assistia do centro do gramado, cercado por dirigentes, com a camisa 10 já no corpo e o símbolo devidamente beijado.

A relação com o símbolo, aliás, teve uma cena especial nos momentos finais da festa. Daniel Alves caminhou até a lateral do campo, passou por um tapete vermelho e subiu no escudo são-paulino para beijá-lo.

Mas não sem antes tirar os calçados e as meias, um detalhe singelo do carinho do lateral pelo clube que agora defende.

ARTHUR SANDES E JOSÉ EDUARDO MARTINS
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS)

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