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Aguapés também ajudam a filtrar a água, explica biólogo

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O calor do B-R-O-bró e a poluição do rio são fatores que favorecem o crescimento de aguapés no rio Poti neste período do ano. Apesar de bonita, a extensa camada da planta sobre o rio, que já chega a quase um quilômetro em alguns pontos, dificulta a respiração de peixes e outros seres vivos ao impedir a troca gasosa entre água e ar.

O biólogo Francisco Soares explicou que as plantas são um indicador da qualidade da água e que não podem simplesmente serem retiradas. 

“É importante que parte desses aguapés deve ser retirada mas não pode ser retirado tudo porque ele também faz um trabalho de filtração dessa água, retirando esses poluentes que a maior parte tem origem na falta de esgotamento sanitário da cidade”, pontuou em entrevista à TV Cidade Verde nesta sexta-feira (14).

De acordo com a Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Semar), o último planejamento de ação contra o crescimento desordenado da planta é de 2007 e que por isso uma nova intervenção está sendo analisada. 

Alternativa

Para o biólogo, a saída para o problema é combater a poluição do rio. “A longo prazo é preciso aumentar a rede de captação e tratamento de esgoto. Nossa cidade é uma das que tem menor taxa de tratamento de esgoto e boa parte disso são esgotos que acaba caindo no rio”.

A Águas de Teresina, empresa concessionária responsável pelo esgotamento sanitário da cidade, informou que em um ano o volume de tratamento de esgoto subiu de 19% para 31% e que o índice de captação deverá aumentar nos próximos anos.

Por que não tem no rio Parnaíba?

O biólogo Francisco Soares também explicou que a maior correnteza da água e o menor volume de esgotos despejados no Parnaíba favorecem a não incidência dos aguapés no rio. O Poti é alvo de mais dejetos e tem uma correnteza mais leve, o que facilita com que a planta consiga absorver mais nutrientes orgânicos na água. 

Valmir Macêdo
[email protected]

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