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BR-316: Rodoviária dos Pobres é demolida e idoso resiste a desocupação

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Demolida por completo no mês passado por causa das obras de duplicação da BR-316, a Rodoviária dos Pobres, na zona Sul de Teresina, continua causando polêmica. O impasse é por causa da borracharia do idoso Sebastião de Almeida, de 74 anos. Ele resiste em deixar o local com o avanço da obra. 

Mostrando uma sacola de documentos, o borracheiro alega que investiu no aterro do terreno e que a indenização oferecida aos estabelecimentos vizinhos foi abaixo de mercado. Ao lado da borracharia, os permissionários da Rodoviária dos Pobres ganharam R$ 15 mil cada para desalojar o local no início de novembro, quando houve a demolição. 

Analfabeto, Sebastião de Almeida trabalha há 26 anos e alega falta de negociação por parte do Governo do Estado na desapropriação do terreno de 30 metros por 37 metros.

"Se eu tivesse o coração mais fraco, eu já teria morrido. Eles têm que vir atrás da gente, acertar preço, mas eles não vêm botar preço, ficam é ameaçando", reclama o idoso mostrando uma notificação extrajudicial de desocupação do governo do Estado.

Permissionários das rodoviárias

Segundo o permissionário Herlom Dias, 14 permissionários saíram do local no início de novembro após pagamento de indenização de R$ 14 mil. O comerciante trabalhava no local há 15 anos em um restaurante. 

“Saímos na boa, sem nenhum problema. O que nós queremos é que eles façam um negócio que dê certo. Eles prometeram um novo ponto pra gente depois da Polícia Rodoviária Federal. E a obra ainda não começou. Ninguém pode ficar na mão, uns já gastaram o dinheiro todo, outros já têm muito pouco”, contou Herlom..

Alguns dos permissionários foram para outros pontos no bairro Promorar, outros permanecem no local em um ponto improvisado sem cobertura, onde alguns ônibus intermunicipais fazem parada. Sem acesso a energia elétrica e utilizando isopores, Herlom e outros ambulantes vendem água e refrigerantes a passageiros.

Mototáxista

Mototaxistas reclamam de não terem sido incluídos no projeto. “Vieram aqui, pegaram nosso nome e os dados dos nossos documentos, depois disseram que não haveria ponto de mototáxi. Chegaram a chamar a polícia para a gente. Apenas botamos o papelão para fazer a sombra da moto”, contou o motociclista Paulo Sérgio Mendes, de 50 anos. 

O mototáxi que trabalha no local há 20 anos é um dos trabalhadores que permanecem no ponto improvisado. Segundo ele, com a demolição da estrutura da rodoviária, seu faturamento caiu. “As corridas diminuíram pela metade”, disse.

Segundo o DER, uma reunião realizada na manhã desta terça-feira (17) definiu que os permissionários vão ficar nas proximidades do posto da Polícia Rodoviária Federal. De acordo com Severo Eulálio, diretor do DER,  o governo do Estado concederá o terreno e os boxes já padronizados para os cerca de 50 permissionários do local.

Sobre a indenização ao idoso da borracharia, o DER informou que a demanda é tratada com a Secretaria de Assistência Social e Cidadania (Sasc). O Cidadeverde.com entrou em contato com a assessoria da pasta mas não obteve retorno. O espaço permanece aberto.

Valmir Macêdo
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