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Ucrânia pede transferência rápida dos corpos de avião derrubado pelo Irã

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O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, insistiu neste sábado (11) que os corpos dos cidadãos ucranianos mortos na queda do avião abatido pelas forças militares do Irã na sexta-feira sejam rapidamente identificados e transferidos a seu país.

Em uma rede social, ele escreveu que conversou por telefone com seu par iraniano, Hasan Rowhani, e que o reconhecimento de culpa é um passo na direção certa.

"Os autores têm de ser responsabilizados", afirmou, acrescentando que aguarda pela "cooperação técnica e legal" entre os dois países.

A conversa entre os líderes foi a primeira depois que o Irã assumiu a responsabilidade pela derrubada do Boeing 737-800 da Ukraine International Airlines em Teerã. A aeronave caiu cinco minutos após decolar do aeroporto Imam Khomeini. O vôo seguia para Kiev com a 176 pessoas a bordo -todas morreram no acidente.

O presidente iraniano, por sua vez, prometeu que todas as pessoas envolvidas na catástrofe aérea serão levadas à justiça, e que toda ajuda internacional é bem-vinda.

Rowhani também conversou por telefone com o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, a quem prometeu mais investigações.

Entre as vítimas, havia 57 canadenses, que fariam uma conexão com destino ao país. A rota Teerã-Toronto, via Kiev, era popular entre os canadenses e costumava transportar muitos estudantes e acadêmicos de origem iraniana que voltavam para casa depois das festas de fim de ano.

"O que o Irã admitiu é muito sério. Derrubar um avião civil é horrível. O Irã deve assumir totalmente a culpa", disse Trudeau neste sábado. "O Canadá não vai descansar enquanto não conseguir a responsabilização, justiça e conclusão que as famílias merecem."

Líderes de França, Reino Unido, Rússia e Alemanha também manifestaram apoio às investigações.

"Hoje foi dado um passo importante", disse Merkel sobre a admissão de responsabilidade do Irã. A chanceler reuniu-se em Moscou, neste sábado (11), para conversar com Vladimir Putin sobre as tensões no Irã e o conflito na Líbia.
O presidente russo disse que deve ser aprendida uma lição com o desastre.

Depois do anúncio oficial de que o avião foi derrubado por engano, houve registro de protestos neste sábado (11), em Teerã, exigindo a renúncia e a morte do aiatolá Khamenei, líder supremo do país. A União Europeia emitiu um aviso pedindo que companhias aéreas evitem o espaço aéreo iraniano até segunda ordem.

A derrubada equivocada do avião aconteceu em meio à escalada de conflitos após a morte do general iraniano Qassim Suleimani, no dia 3 de janeiro, em ataque ordenado por Donald Trump.

PERGUNTAS E RESPOSTAS

O que ocorreu?
Um Boeing 737-800 da Ukraine International Airlines caiu cinco minutos após decolar do aeroporto internacional Imam Khomeini, em Teerã, na manhã de quarta (8). Todas as 176 pessoas a bordo morreram

Por que o avião caiu?
Segundo declaração do chefe da seção aeroespecial da Guarda Revolucionária do Irã, Amir Ali Hajizadeh, o avião foi abatido por um míssil de curto alcance. Antes, o Irã havia negado as acusações e dito que a informação era parte de uma "guerra psicológica" contra o país

Foi proposital?
Não. De acordo com Hajizadeh, o avião foi confundido com um míssil de cruzeiro, armamento utilizado para liberar ogivas em longas distâncias, e, por isso, foi erroneamente abatido. A informação havia sido considerada antes por agentes dos Estados Unidos, Canadá e Reino Unido

Quais as evidências já apresentadas?
Um vídeo divulgado na noite desta quinta (9) pelo New York Times mostra, aparentemente, um míssil atingindo a aeronave sobre Parand, região próxima ao aeroporto de Teerã onde o avião transmitiu sinais pela última vez

Qual é o tipo do míssil?
Em declaração à TV estatal iraniana, o general Hajizadeh confirmou que foi utilizado um míssil de curto alcance. Segundo Canadá e Reino Unido, seria um terra-ar iraniano de origem russa

Quem vai investigar a queda?
O comitê de investigação de acidentes aéreos no Irã. Mas o porta-voz do governo iraniano, Ali Rabiei, disse em comunicado que os países cujos cidadãos estavam no avião podem enviar representantes e solicita que a Boeing envie representantes para se juntarem à investigação da caixa-preta

Fonte: Folhapress

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