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Quatro em cada dez brasileiros conferem se produtos são ambientalmente corretos, mostra pesquisa da CNI

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Os brasileiros se preocupam com os impactos da produção sobre o meio ambiente, costumam boicotar marcas ou empresas por causa de comportamentos com os quais não concordam e estão mais conscientes sobre a necessidade de separar o lixo para reciclagem. As conclusões são da pesquisa Retratos da Sociedade Brasileira – Consumo Consciente, feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

“A atenção da população com os impactos da produção e do consumo está crescendo. Além de procurar um produto melhor, que satisfaça às suas necessidades, as pessoas procuram saber o que acontece com o meio ambiente, com os trabalhadores e com os animais no processo de produção”, observa o gerente executivo de Pesquisas e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca.  “Isso mostra que, cada vez mais, as empresas precisam estar atentas aos impactos das suas atividades. As empresas que já fazem isso, e há vários casos no Brasil, têm mais facilidade de conquistar mercados”, afirma Fonseca.

O levantamento, que ouviu 2 mil pessoas em 126 municípios, mostra que 38% dos entrevistados sempre verificam ou verificam às vezes se os produtos que comprarão foram produzidos de forma ambientalmente correta. “São consumidores que procuram saber se as empresas adotam procedimentos para prejudicar o mínimo possível o meio ambiente, como reduzir a emissão de poluentes e a quantidade de resíduos descartados”, informa a pesquisa. Entretanto, 41% das pessoas dizem que nunca conferem se a produção é ambientalmente correta.

De acordo com a pesquisa, 62% dos brasileiros já boicotaram marcas ou empresas que violam direitos trabalhistas, fazem testes ou maltratam animais, cometem crimes ambientais ou discriminações de qualquer tipo ou posicionamento político. No entanto, o que mais motiva os brasileiros a boicotar empresas ou produtos são as violações trabalhistas: 43% deixaram de consumir um produto ou usar um serviço de uma empresa que desrespeitou os trabalhadores.

Separação do lixo

Os brasileiros também têm mais consciência sobre o destino do lixo. O número de pessoas que separa o lixo para a reciclagem cresceu de 47% em 2013 para 55% no ano passado. Esse percentual é maior na região Sul, onde 66% separam o lixo. Em seguida, empatada dentro da margem de erro, aparece o Sudeste, com 64%. No agregado do Norte/Centro-Oeste o número é de 45% e, no Nordeste, de 42%.

Os principais materiais separados são os plásticos em geral e garrafas PET, alumínio e papel, papelão e jornal. Mas o óleo de cozinha foi o material que apresentou maior crescimento na separação para reciclagem. O número de famílias que separam o óleo de cozinha subiu de 21% em 2013 para 34% em 2019.  A separação de embalagens longa vida (TetraPak) foi a única que diminuiu: passou de 28% em 2013 para 20% em 2019.

No entanto, os consumidores ainda têm dificuldade para reciclagem por falta de serviços de coleta na maioria dos municípios. “Se tivesse um serviço de coleta melhor e mais abrangente, as pessoas separariam mais os materiais”, diz Renato da Fonseca. Conforme a pesquisa, 25% dos entrevistados dizem que a maior dificuldade para reciclar produtos é a falta de coleta seletiva. Outros 23% da população afirmam que o principal obstáculo é a falta de costume e o esquecimento na hora de separar o lixo. 

O levantamento mostra ainda que os consumidores estão buscando um descarte mais adequado ao lixo eletrônico. O número de entrevistados que descartam aparelhos eletrônicos e eletrodomésticos junto com os demais resíduos caiu de 21% em 2013 para 12% em 2019. No mesmo período, o percentual dos que levam esses materiais a postos de coletas especializados aumentou de 5% para 15%. Mas o principal destino dos eletrônicos e eletrodomésticos velhos é a doação, escolhido por 33% dos entrevistados.

 

Fonte: CNI

 

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