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Instituto monitora 22 ninhos de tartarugas e alerta para veículos em praias do Piauí

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Fotos: Tartarugas do Delta

O Instituto de Tartarugas do Delta monitora 22 ninhos de pelo menos três espécies de tartarugas em praias do litoral do Piauí. O trânsito de veículos é contraindicado de janeiro a julho porque pode afastar os animais que estão em período de desova ou destruir os ninhos já deixados pelas fêmeas.

Segundo o instituto, as principais áreas de desova são a Ilha dos Poldros (Delta do Parnaíba), Pedra do Sal (Parnaíba), Barra Grande (Cajueiro da Praia) e Luís Correia nas praias de Peito de Moça, Barro Preto e Arrombado.

Das cinco espécies de tartarugas marinhas registradas no Brasil, o Piauí recebe todos os anos a desova de pelo menos três delas: a tartaruga de couro, a tartaruga de pente e a tartaruga oliva.

Há 10 anos de  trabalho no litoral piauiense, o Instituto Tartarugas do Delta conta com o apoio dos banhistas e de moradores da região, como pescadores e comerciantes. “Caso alguém localize um ninho, um filhote ou uma fêmea em desova, pedimos que entrem em contato conosco. Pedimos que o trânsito de carros e outros veículos seja evitado”, explica a bióloga e presidente do instituto, Werlanne Magalhães. 

Os ninhos são protegidos com estacas e sinalizados com uma bandeira azul, com informações sobre o instituto. As tararugas costumam fazer a desova durante a noite. Os ovos são enterrados de 60 cm a um metro de profundidade. Após serem enterrados, os ovos demoram 60 dia para gerarem os filhotes. Só no ano passado, mais de 14 mil tartarugas nasceram no litoral do Piauí. 

“É uma das belezas naturais do nosso litoral. Nosso papel é cuidar dessas praias e não deixar perder esse ambiente de desova por conta da perturbação ambiental. A cada 100 filhotes nascidos, um ou dois volta para a mesma área. Esses filhotes fêmeas que nascerão em 2020 voltarão para reproduzir aqui e por isso a praia deve estar preservada para que o animal reconheça como segura”, explica. 

Com o menor litoral do Brasil, o Piauí reúne características ambientais que permitem a desova de todas as espécies registradas no Brasil. A tartaruga de couro, por exemplo, só tem desova registrada no litoral piauiense e no do estado do Espírito Santo.

Viagem pelo mundo

Em 2019, o Instituto Tartarugas do Delta instalou um aparelho GPS em uma tartaruga fêmea que passou pelo Piauí. Após 7 meses de volta ao mar, o aparelho sinaliza que o animal já chegou a costa dos Estados Unidos.

Valmir Macêdo
[email protected]

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