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Estudante do Piauí com síndrome de Down é aprovada em curso de pedagogia

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Foto: arquivo pessoal

Ter acesso ao ensino superior é o sonho de muitos jovens piauienses, e esta conquista é motivo de orgulho para a estudante Sabrina Araújo Mourão. A estudante, que possui síndrome de Down, foi aprovada no curso de pedagogia e iniciará a caminhada em busca do diploma no Centro Universitário Inta - UNINTA.

A síndrome de Down é uma alteração genética causada pela presença de três cromossomos 21 em todas ou na maior parte das células de um indivíduo. Esta característica, entretanto, não impediu Sabrina de prosseguir os estudos.

Sonhando ser professora, Sabrina agora faz parte do número de pessoas com síndrome de Down que estão ou já estiveram em uma instituição de ensino superior (IES) e vem crescendo no país. Segundo a organização Movimento Down, entre 2018 e 2019, o ingresso de estudantes com a síndrome nas instituições alcançou 48%. 

Malitizim Ferreira Pinto de Araújo, mãe da aluna, relata que o regime de tempo integral foi importante para o desenvolvimento da filha. "A escola auxiliou a Sabrina em todas as etapas de estudo e os professores sempre ajudaram com reforço. Não temos o que reclamar, pois ela era participativa, gostava de cantar, desfile e demais das atividades da escola", disse Malitizim.

A estudante fez seu ensino médio no Centro Estadual de Tempo Integral (Ceti) Cônego Cardoso, localizado na cidade de Castelo do Piauí, que possui 242 estudantes matriculados, incluindo sete alunos com as características de Microcefalia, Síndrome de Down, Surdos e Mudos e Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), atendidos pela sala de Atendimento Educacional Especializado (AEE) da escola.

A diretora da escola, Socorro Soares, explica que a rotina escolar compartilhada entre os alunos que necessitavam de atenção especial e ensino regular facilita o desenvolvimento dos estudantes. 

"Uma das vantagens da escola é justamente oferecer aos alunos com necessidade um bem estar com rotina compartilhada junto com outras turmas. Eles têm uma rotina na sala regular e os horários na sala de AEE acompanhados pelas professoras, então eles se adaptaram bem ao tempo integral e gostam da atividades trabalhadas com o auxílio dos colegas de turma durante o convívio diário", explica a gestora.

Em 2019, a Secretaria de Estado da Educação buscou ampliar o atendimento em escola com salas de recursos multifuncionais alcançando 1.188 alunos, enturmados em 139 escolas. A diretora do Ceti Socorro acrescenta que o ensino integral foi um dos diferenciais para a conquista dos estudantes atendidos pelo AEE.

"Este ano Sabrina e outra estudante concluíram o ensino médio e ela sempre foi independente nas suas atividades de aprendizagem, mesmo com as dificuldades ela realizava os exercícios fora das salas do AEE", disse.

A diretora adianta que sua ex-aluna não vai parar tão cedo. "A Sabrina sempre mostrou esse sonho por ser professora e participava de todas as atividades e ela já disse que depois pretende se especializar na área de psicopedagogia e cabe a escola alimentar este sonho e mostrar que eles são capazes", comemora.

 

Da Redação
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