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Após segundo circuit breaker na semana, Bolsa fecha em queda de 7,6%

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Com a declaração da OMS (Organização Mundial de Saúde) de pandemia do coronavírus nesta quarta-feira (11), a Bolsa de Valores brasileira despencou pela segunda vez na semana. Depois de cair 12% na segunda (9) e subir 7% na terça (10), o Ibovespa recuou 7,64%, a 85.171 mil pontos, acionando o circuit breaker, quando caiu 10,11% durante o pregão.

Este é o segundo circuit breaker da semana. O primeiro aconteceu na segunda, quando Bolsas globais tiveram o pior pregão desde a crise financeira de 2008.

O mecanismo é uma pausa temporária nas negociações de ativos, derivativos e títulos de renda fixa privada acionada em quedas superiores a 10% do Ibovespa. Neste caso, o pregão é interrompido por 30 minutos.

Desde a piora dos mercados financeiros com o avanço do coronavírus na China, a Bolsa de Valores brasileira perdeu quase R$ 900 bilhões em valor de mercado. As fortes quedas, que tiveram início na quarta-feira de Cinzas (26), derrubaram o Ibovespa em 25,8% nas duas últimas semanas.

A perda de valor corresponde a cerca de 12% do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil em 2019, que somou R$ 7,257 trilhões.

Nesta sessão, a Bolsa abriu em queda sob a notícia de novos casos do coronavírus no Brasil e falta de maiores detalhes de estímulos econômicos nos Estados Unidos. A desvalorização foi acentuada no início da arde pela declaração da OMS (Organização Mundial da Saúde) de que há uma pandemia do covid-19 em curso no mundo com a sua disseminação por mais de cem países, em todos os continentes.

Com a notícia, o Ibovespa acelerou perdas e, por volta das 15h15, caiu 10,11%, acionando o circuit breaker. Na retomada das negociações, o índice chegou a cair 12,4%.

A queda foi amenizada pela declaração do presidente americano, Donald Trump, de que está preparado para usar todo o poder do governo contra o coronavírus. Trump também disse que um anúncio sobre medidas econômicas e para a área de saúde será feita nesta quarta à noite.

Nos Estados Unidos, Dow Jones caiu 5,86% e entrou em território baixista, quando cai 20% abaixo do seu recorde recente. S&P 500 caiu 4,89% e Nasdaq, 4,70%. A cotação do dólar subiu 1,57%, para R$ 4,7200. O turismo está a R$ 4,9060. Em algumas casas de câmbio, é vendido acima de R$ 5.


"Esperávamos um forte queda da Bolsa hoje [quarta], o cenário está muito negativo. Pessoas começaram a sentir que o coronavírus vai atingir o Brasil, a nossa indústria. Não vamos ver mudança de tendência nos próximos dias. O medo, nesse momento, fala mais alto", afirma Henrique Esteter, analista da Guide Investimentos.

No Brasil, subiu para 52 o número de infectados pelo novo coronavírus.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que declarar pandemia não significa que a situação está fora de controle nem que o mundo deva abandonar as medidas de contenção e passar a pensar em mitigação.

Ele pediu ações agressivas contra o vírus. "Seria um erro abandonar a estratégia de contenção."

"A interpretação do mercado é que agora os governos vão fazer o mundo parar, tal como a Itália, em que ninguém quase sai de casa", afirma William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue Securities.

Nesta semana, o governo italiano determinou que a circulação dentro da Itália está vetada, a não ser por motivo de saúde, trabalho ou "casos de necessidade". O mesmo vale para quem pretende sair ou entrar no país, independentemente do lugar de destino ou origem.

Fonte: Folhapress

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