O futebol brasileiro é milionário para alguns clubes e um grupo menor de jogadores, beneficiados pelos altos patrocínios, pelas cotas de TV, pelo apoio de torcedores espalhados pelo país, pelas receitas de bilheterias, pelas premiações de grandes eventos nacionais e internacionais.
Foto: Fernando Torres / CBF
Ainda assim vivem envolvidos com enormes dívidas e pagando salários de até um milhão de reais por mês. Uma outra fortíssima fonte de receita vem das vendas de jovens para o exterior. Todos estão prejudicados pela paralisação das atividades, em face do combate ao coronavírus, mas têm como se manter e como recuperar o que perderam.
E o lado pobre do futebol, como fica ? Somente na Série D do Campeonato Brasileiro são 68 clubes. Juntando tudo, entre jogadores profissionais, jogadores das equipes de base e pessoal técnico e administrativo são em torno de 2.700 pessoas.
Diante da situação dramática, os jogadores estão pedindo ajuda financeira à CBF, em documento encaminhado à entidade, além da manutenção da fórmula estabelecida para a competição, constante do regulamento atual.
E a situação não fica restrita aos participantes da Série D do Brasileiro. Os campeonatos estaduais foram paralisados, assim como a Copa do Nordeste, a Copa do Brasil, as competições de base e o futebol feminino.
Se considerarmos uma média de 10 clubes por estado, chegaremos a um total de 270 em todo o Brasil. Aí partiremos para mais de 8.000 pessoas sem trabalho no futebol.
Vale lembrar que em cada jogo de futebol trabalham pessoas fora dos elencos de profissionais, como equipes de arbitragem, quadro móvel de funcionamento dos estádios, policiais, comerciantes informais, imprensa esportiva etc.
Fora do futebol, as demais modalidades esportivas também estão paradas, com um batalhão de pessoas impedidas de desenvolverem suas atividades.
Em tantos anos de trabalho na comunicação esportiva piauiense, nacional e internacional nunca vivi uma situação igual. É realmente um fato inédito e de consequências muíto graves.
Dídimo de Castro
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