Um dos pontos de concentração e homenagem à mãe de todos os orixás, foi justamente onde há uma estátua em sua homenagem. Imagem esta que já foi restaurada inúmeras vezes, vítima de depredação e das chuvas do ano passado. Na cerimônia, babalorixás, pais de santo, praticantes e curiosos alternavam-se entre olhares, cantos e preces.

 

 

Toni Cruz, diretor cultural da Associação Civil Exército de Voluntários Sem Fronteiras da Vila Irmã Dulce, diz que as manifestações visam a combater o preconceito que ainda existe em relação ao candomblé e a umbanda. “As pessoas precisam compreender e com conhecer mais as religiões de raízes africanas. O preconceito é porque não há conhecimento. Saudar Iemanjá é saudar a natureza porque ela é a mãe de tudo isso”, afirmou.

 

O babalorixá Flávio de Iansã acredita que as visões distorcidas e julgamentos maldosos já diminuíram bastante. “Já diminuiu muito sim, mas ainda tem, lógico. Acontece que a sociedade fala mal, mas gosta. O africanismo atrai de certa forma. Digo que não importa de que religião você é ou como você adora Deus, porque ele é o mesmo para todas as crenças, ele é o mesmo. Todos caminham em direção à fé”, falou Flávio.

 

Mesmo com a ameaça de chuva, os seguidores continuaram com os cantos de adoração àquela que chamam de rainha das águas. Alguns de branco, outros de amarelo, independente da cor da roupa, eles vão se aproximando com frutas, flores, perfumes, mel, tudo o que poderia agradar Iemanjá. Em volta da agora imponente imagem, eles saúdam e oram por um mundo melhor para todos os credos.