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Juros caem com perda de força do dólar e ajuste em pacote de ajuda a Estados

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Os juros futuros fecharam em queda, definida no período da tarde, após percorrerem a manhã praticamente de lado, quando apenas a parte intermediária mostrava viés de baixa. A trajetória coincidiu com a melhora no mercado de câmbio, com o dólar saindo do patamar dos R$ 5,20 no fim da manhã para fechar em R$ 5,1833, e ainda com indicação de ajustes feita pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, no projeto de socorro aos Estados, após ser considerado uma "bomba fiscal" por especialistas. Porém, profissionais de renda fixa alertam que o fechamento da curva se deu em um ambiente de liquidez fraquíssima. A perspectiva de forte retração econômica este ano segue como pano de fundo para limitar movimentos de realização de lucros, mesmo com a expectativa de grande deterioração das contas públicas.

No fechamento da sessão regular, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 estava em 3,100%, de 3,147% no ajuste de quinta-feira. O DI para janeiro de 2023 voltou a ficar abaixo dos 5%, fechando em 4,89%, menor patamar desde 4/3/2020 (4,82%), de 5,022% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2027 encerrou com taxa de 7,40%, de 7,452%.

Num dia de agenda esvaziada aqui e no exterior, e ainda com feriado na Europa, as taxas oscilavam de lado pela manhã, com o mercado sem um driver para firmar tendência. A retomada do dólar ao patamar de R$ 5,20 desanimava os poucos doadores, que deixaram para se arriscar à tarde, com a moeda voltando aos R$ 5,17 no fim da jornada regular. Do mesmo modo, o clima no exterior ficou mais ameno, com as bolsas reduzindo as perdas.

Internamente, as expectativa em torno das votações em Brasília também contribuíam para travar os negócios mais cedo, mas à medida que foi se desenhando uma melhora no pacote de socorro aos Estados, via declarações de Maia, houve alívio mais firme de prêmios ao longo da curva.

O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, estimou no sábado, 11, que o projeto poderia ter impacto em até R$ 222 bilhões aos cofres públicos. Diante disso, foram retirados alguns pontos considerados excessivos, mas Maia defendeu instrumentos que garantam a arrecadação nominal dos governos regionais. "Estamos tirando questão de empréstimos e suspensão das dívidas de Estados e municípios", disse. Pediu ainda que o governo encaminhe uma pauta sobre congelamento de salários como forma de compensar.

A expectativa, até o fechamento deste texto, era de que o texto fosse votado ainda nesta segunda-feira na Câmara.

Ainda que sem respaldo de volume, as apostas de corte da Selic em 0,5 ponto porcentual no Copom de maio hoje aparecem como majoritárias na curva, segundo cálculos da Quantitas Asset. A precificação é de -40,6 pontos-base, ou seja, 62% de possibilidade de corte de 0,5 ponto e 38% de chance de queda de 0,25 ponto.

Por Denise Abarca
Estadão Conteúdo

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