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Bolsa fecha em baixa de 0,92%, aos 96.746,55 pontos, após sete altas consecutivas

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O dia misto em Nova York e negativo na Europa foi a ocasião para que o Ibovespa tivesse uma moderada realização nesta terça-feira, 9, travando lucros após uma sequência de sete ganhos, a mais longa desde fevereiro de 2018. Assim, em dia de agenda relativamente esvaziada, sem catalisadores que favorecessem novo avanço, o principal índice da B3 cedeu a linha de 97 mil pontos, ao fechar em baixa de 0,92%, aos 96.746,55 pontos, tendo oscilado entre mínima de 95.385,81 e máxima de 97 644,34 pontos na sessão.

O giro financeiro, ainda elevado com os estrangeiros regressando ao mercado brasileiro neste início de mês, mas um pouco abaixo de ontem, totalizou hoje R$ 31,3 bilhões. Em junho, o Ibovespa ainda acumula ganho de 10,69%, encaminhando até aqui o terceiro mês de recuperação, após os tombos de fevereiro e, especialmente, março. No ano, cede 16,34% e, nas duas primeiras sessões desta semana, avança 2,23%.

Após fechar no dia 28 de maio em baixa de 1,13%, aos 86.949,09 pontos, o Ibovespa emendou sete sessões de ganhos entre os dias 29 de maio (+0,52%) e 8 de junho (+3,18%), chegando ontem aos 97 644,67 pontos no fechamento, um avanço de 10.695,58 pontos neste intervalo. De ontem para hoje, perdeu 898,12 pontos. Neste início de junho, o reingresso do investidor estrangeiro à B3 tem contribuído para a sustentação do índice.

De acordo com os mais recentes dados disponíveis, os estrangeiros ingressaram com R$ 682,121 milhões na B3 no pregão da última sexta-feira (05), o penúltimo da recente série positiva no Ibovespa. Neste dia, o índice fechou em alta de 0,86%, aos 94.637,06 pontos. Em junho, a primeira semana do mês registrou saldo positivo de R$ 3,138 bilhões, resultado de R$ 74,466 bilhões em compras e de R$ 71,327 bilhões em vendas de ações por estrangeiros. A B3 não registra saldo mensal positivo desde setembro de 2019. Em 2020, os estrangeiros já retiraram R$ 73,708 bilhões do mercado brasileiro.

Ainda que não se espere mudança na reunião de amanhã do Federal Reserve, a deliberação sobre a política monetária dos EUA é sempre um evento aguardado com atenção pelos investidores. A cautela aqui é reforçada também pelo feriado de quinta-feira, que manterá a B3 fechada mas não Wall Street, restando uma sessão isolada na sexta-feira para a conclusão da semana na B3.

"Com a realização lá fora, foi a oportunidade para realizar aqui também, o que é natural e até saudável. O Ibovespa vem de dois meses de recuperação, e junho está no mesmo caminho, o da retomada, com os sinais positivos que chegam do exterior, especialmente da atividade na China e da recuperação, melhor do que se antecipava, do mercado de trabalho dos EUA, enquanto aqui a economia começa a reabrir", aponta Pedro Galdi, analista da Mirae.

"O viés ainda é positivo para o Ibovespa a caminho dos 100 mil pontos, com alguma realização, talvez uns 4%, para embolsar ganhos", acrescenta. "Sabe-se também que os balanços do segundo trimestre virão muito ruins, e isso certamente se refletirá nos preços, à medida que os resultados forem divulgados", pondera.

Hoje, as perdas foram bem distribuídas por setores e empresas, mas algumas mostraram resiliência e fecharam o dia em terreno positivo, com destaque para IRB (+12,51%) e Iguatemi (+4,86%). No lado oposto, Gol e Azul, que vinham de sessões de recuperação, passaram por ajuste na sessão, em baixa respectivamente de 6,63% e 5,74% - as duas maiores perdas dentre os componentes do Ibovespa.

As ações de commodities tiveram desempenho misto na sessão, com Petrobras ON e PN em baixa respectivamente de 2,83% e 3,60%, e Vale ON virando ao fim, para fechar em alta de 0,38%. Entre os bancos, protagonistas da semana passada, em recuperação na casa de dois dígitos, o desempenho hoje foi moderadamente negativo, com Bradesco PN em baixa de 2,22% e Itaú Unibanco PN, de 1,97%.

Por Luís Eduardo Leal e Fabiana Holtz
Estadão Conteúdo

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