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Com exterior, Bolsa fecha em alta de 1,77% e retoma o nível dos 100 mil pontos

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Em mais um dia correlacionado ao (desta vez) bom humor externo, o Ibovespa retomou sem muito esforço a marca psicológica dos 100 mil, um dia após ter regredido sem escalas à faixa dos 98 mil pontos. Nesta terça-feira, 14, véspera de vencimento de opções e futuros sobre o Ibovespa, o índice de referência da B3 chegou a ensaiar fechamento no pico do dia, mas se acomodou a uma alta de 1,77%, aos 100.440,23 pontos, tendo chegado na máxima, pouco antes, a 100.632,06 pontos (+1,96%), saindo de mínima a 98.288,81 pontos na sessão. Elevado, o giro financeiro totalizou R$ 29,4 bilhões e, na semana, o índice passa a acumular leve ganho de 0,41%, estendendo o avanço do mês a 5,66% - no ano, cede agora 13,15%.

A sessão chegou a parecer com a anterior na B3 - mas com o sinal trocado, em ambos os casos reagindo ao impulso de Nova York, para cima ou para baixo, e fechando no ou perto dos limites extremos do dia. Ontem, fechou na mínima, desmanchando dos 100 mil para os 98 mil após as 16h. Hoje, os ganhos na B3 se acentuaram a partir do meio da tarde, com o índice passando a renovar máximas em linha com a reação em Nova York, que mostrara hesitação mais cedo. Assim, pela quarta sessão consecutiva o Ibovespa conseguiu superar a marca de 100 mil no intradia - o pico de hoje foi inferior apenas ao de ontem, 100.857,68, que havia sido o maior desde 6 de março.

"O mercado está que nem folha seca: bate um vento e sai voando. Há um redimensionamento da demanda por ativos de risco, em razão do fluxo em busca de retorno. Assim, sempre que aparece uma luz, vai todo mundo para a Bolsa. Ninguém está querendo deixar para depois, ou seja, perder oportunidade de compra", diz Pedro Paulo Silveira, economista-chefe de Nova Futura, que projeta o Ibovespa a 110 mil pontos no fechamento do ano.

"O Ibovespa recuperou a marca importante dos 100 mil pontos. Os indicadores técnicos de tendência mostravam que poderíamos passar deste patamar no curto prazo e trazer um novo alvo, entre 105 e 106 mil pontos. O índice deve seguir em alta, mas caso caia para 96 mil, essa tendência perderia força", observa Fernando Góes, analista gráfico da Clear.

Pelo lado dos fundamentos macroeconômicos, o dado doméstico do dia não chegou a ser animador: a leve alta de 1,31% no IBC-Br em maio ante abril, abaixo do piso das estimativas para o mês; no ano, o índice, considerado prévia do PIB, acumula perda na casa de 6%. Em desdobramento positivo na política, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, disse hoje que o debate sobre a reforma tributária será retomado amanhã na casa. Ele também voltou a defender a prorrogação da desoneração da folha por um ano, que foi vetada pelo presidente Jair Bolsonaro e pode ser restabelecida pelo Congresso.

Nesta terça-feira, destaque para as ações de commodities, em especial Vale ON (+7,03%), melhor desempenho entre as componentes do Ibovespa, à frente de Bradespar (+6,74%) e Ultrapar (+6,44%). O forte avanço nas ações da mineradora decorreu de leitura positiva sobre a balança comercial da China em junho, com surpreendente aumento das exportações e importações ante o mesmo mês do ano passado. Em dia levemente positivo para o petróleo ante expectativa para reunião da Opep+, as ações da Petrobras andaram bem, com a ON em alta de 3,46% e a PN, de 3,34%, no encerramento da sessão. Entre as baixas, destaque para Cemig (-2,23%), Lojas Renner (-2,01%) e Qualicorp (-1,98%) na ponta negativa do Ibovespa.

Por Luís Eduardo Leal
Estadão Conteúdo

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