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Diretor da SBIm diz que prever data da vacina contra Covid é "exercício de futurologia"

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Foto: reprodução Instagram

O resultado positivo da vacina de Oxford contra a Covid-19 em voluntários idosos trouxe esperança para o mundo no combate da doença que já matou mais de 1 milhão de pessoas no mundo. Renato Kfouri, diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), considera a resposta excelente e diz que agora é aguardar a fase 3, última etapa antes que possa ser liberada para uso geral. Contudo sobre a vacinação da população, ele prefere não prometer data e diz que isso fica para os políticos.

"Quem dá datas, geralmente, são os políticos. A gente que trabalha com pesquisa clínica sabe que é preciso acompanhar esse processo, saber quais delas se mostram eficazes. Sabemos que pode haver percalços no meio do caminho que podem atrasar os estudos. Temos várias vacinas, muitos indivíduos voluntários já recrutados para esses estudos. É bem provável que tenhamos resultados animadores no início do ano. Mas prometer data para a população, dizer que será em fevereiro, março, outubro, dezembro, isso é um exercício de futurologia. Quem  trabalha com ciência não costuma dar. Deixa para os políticos prometerem as datas. A gente precisa falar com a população de forma clara. Devemos ter vacina. Quando? não sabemos. Que quantidade de doses? também não sabemos", disse Kfouri.

Ele ressalta que há dez vacinas no mundo na última fase de desenvolvimento e com diferentes tecnologia. Kfouri demonstra otimismo em relação a vacina de Oxford- que é uma das quatro em testes no Brasil- e apresentou resultado positivo em idosos. 

"Os idosos têm sido mais vulneráveis as formas graves da Covid-19 e precisam de uma vacina eficaz para esse grupo. Em geral, as vacinas tendem a ter uma performance pior nos idosos. O envelhecimento do sistema imune faz com que esses indivíduos respondam pior a vacina. Ter uma notícia que a resposta deles, para esta vacina específica, é a mesma para adultos jovens é excelente. Agora vamos aguardar a fase 3. [...] Temos várias frentes em países diferentes, tecnologias diferentes. Estamos bem otimisitas que algumas possam chegar realmente ao licenciamento, ou seja, aprovadas, demonstrando que são seguras e eficazes", disse o diretor da SBIm. 

Renato Kfouri  acredita que, primeiramente, serão vacinados apenas 30 milhões de brasileiros com as primeiras doses, cerca de 100 milhões.

"Isso significa que vamos vacinar os idosos, que são 26 milhões no país, profissionais da saúde, outros 5 milhões. Provavelmente, até que vacinemos boa parte da população vai demorar um tempo. Então, vamos precisar continuar com as medidas preventivas tão faladas: distanciamento, uso de máscara, evitar aglomerações, lavagem de mãos até que consigamos um número suficiente de vacinas para proteger boa parte da população", finaliza diretor da SBIm. 

 

Graciane Sousa
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