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Bolsonaro minimiza questões raciais e diz que lugar de quem prega discórdia 'é no lixo'

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Foto: Alan Santos/PR

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta sexta-feira (20) que o lugar de quem prega discórdia "é no lixo" no dia seguinte em que um homem negro foi espancado até a morte por seguranças de uma loja do Carrefour em Porto Alegre.

O mandatário não citou o caso do assassinato de João Alberto Silveira Freitas no Rio Grande do Sul. Nesta sexta, houve manifestações ao menos em Porto Alegre, São Paulo e Brasília em razão da morte na loja.

Bolsonaro afirmou que "aqueles que instigam o povo à discórdia, fabricando e promovendo conflitos, atentam não somente contra a nação, mas contra nossa própria história". "Quem prega isso está no lugar errado. Seu lugar é no lixo!"

Sem citar o episódio do Carrefour ou a data que celebra a memória de Zumbi dos Palmares, Bolsonaro disse que "o Brasil tem uma cultura diversa, única entre as nações".

"Somos um povo miscigenado. Brancos, negros, pardos e índios compõem o corpo e o espírito de um povo rico e maravilhoso", escreveu o presidente.

Segundo ele, o país é uma única família na qual "podemos contemplar uma diversidade maior do que países inteiros".

"Foi a essência desse povo que conquistou a simpatia do mundo. Contudo, há quem queira destruí-la, e colocar em seu lugar o conflito, o ressentimento, o ódio e a divisão entre classes, sempre mascarados de 'luta por igualdade' ou 'justiça social', tudo em busca de poder", escreveu Bolsonaro.

O presidente ainda escreveu que "não podemos nos deixar ser manipulados por grupo políticos". "Como homem e como presidente, sou daltônico: todos têm a mesma cor. Não existe uma cor de pele melhor do que as outras. Existem homens bons e homens maus. São nossas escolhas e valores que fazem a diferença."

Nesta sexta, Dia da Consciência Negra, o vice-presidente Hamilton Mourão lamentou o espancamento de Freitas, mas disse não considerar que o episódio tenha sido provocado por racismo.

Questionado sobre se considerava que o episódio mostrava um problema de racismo no Brasil, Mourão respondeu: "Não, para mim no Brasil não existe racismo. Isso é uma coisa que querem importar, isso não existe aqui. Eu digo para você com toda tranquilidade, não tem racismo".

João Alberto Silveira Freitas era conhecido como Beto. "Ele ganhou esse apelido da madrinha com um aninho de idade", disse o pai dele, João Batista Rodrigues Freitas, 65, à Folha.

Segundo informações do site GaúchaZH, o espancamento aconteceu após uma briga da vítima com uma funcionária do supermercado. Ela chamou os seguranças, que levaram Beto Freitas para o estacionamento e o espancaram até a morte.

O Carrefour, por meio de sua assessoria de imprensa, definiu a morte como brutal e anunciou que romperá o contrato com a empresa responsável pelos seguranças.
A empresa informou também que vai demitir o funcionário responsável pela loja na hora do ocorrido.

Fonte: Folha Press

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