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IBGE: quase metade dos empregados do setor privado não têm carteira assinada no Piauí

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Foto: Cidadeverde.com

Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Trimestral (PNAD Contínua) divulgados nesta sexta-feira (27) revelam que cerca de 45,9% das pessoas que trabalham como empregados do setor privado não têm carteira de trabalho assinada no Piauí. Os dados da pesquisa, produzida pelo IBGE,  referem-se ao 3º trimestre de 2020. O índice não inclui trabalhadores domésticos.

O Piauí é o terceiro estado com maior proporção de empregados do setor privado sem carteira assinada. Apenas Pará (46,1%) e Maranhão (48,7%) possuem índices superiores. Santa Catarina possui o menor indicador: lá, apenas 9,5% dos empregados do setor privado não têm carteira assinada.

A proporção de empregados do setor privado sem carteira assinada no Piauí é quase o dobro da média brasileira. No país, cerca de 23,5% desses trabalhadores não tinham carteira assinada no 3º trimestre de 2020, de acordo com a pesquisa do IBGE.

No Piauí, o quantitativo de empregados sem carteira assinada teve aumento de 18,2% quando comparado ao trimestre imediatamente anterior. No 2º trimestre de 2020, havia 155 mil pessoas empregadas sem carteira assinada no setor privado piauiense, número que chegou a 183 mil no 3º trimestre. Já em relação ao 3º trimestre de 2019, houve queda de 21,1% no quantitativo de empregados. Na época, eram 232 mil empregados sem carteira no setor privado piauiense.

Entre os trabalhadores domésticos, é ainda maior a proporção daqueles sem carteira de trabalho assinada. De acordo com a pesquisa, chega a 71,25% o índice de trabalhadores domésticos sem carteira assinada no Piauí. São 57 mil pessoas sem carteira assinada no universo de 80 mil trabalhadores domésticos do Piauí.

Aumenta a população ocupada no Piauí

Os dados da PNAD Contínua mostram que o Piauí teve saldo positivo na quantidade de pessoas ocupadas entre o 2º e o 3° trimestre de 2020. 

De acordo com o levantamento, cerca de 83 mil pessoas conseguiram uma ocupação remunerada no período. Segundo a pesquisa, havia 1,05 milhão de pessoas ocupadas no 2º trimestre de 2020, no Piauí. O número chegou a 1,13 milhão no semestre seguinte, o que representa um acréscimo de 7,9% no período. Apesar do aumento, a quantidade ainda é 14,9% menor do que o número de pessoas que estavam ocupadas no 3º trimestre de 2019, cerca de 1,33 milhão.

Também cresceu a quantidade de pessoas que estão disponibilizando a mão de obra no mercado piauiense, compondo a chamada força de trabalho. O aumento foi de 8,1% entre o 2º e o 3º trimestre de 2020, passando de 1,2 milhão para 1,3 milhão de pessoas.

Porém, o número de pessoas na força de trabalho piauiense ainda não alcança o quantitativo existente no 3º trimestre de 2019, quando havia 1,5 milhão de pessoas. A queda no indicador foi de 14,9% entre o 3º trimestre de 2019 e o 3º trimestre de 2020.

Já a taxa de desocupação se manteve estatisticamente estável no Piauí: era 12,7% no 2º trimestre e passou para 12,8% no 3º trimestre de 2020. São 167 mil pessoas sem ocupação e à procura de trabalho no estado, de acordo com os dados do 3º trimestre deste ano.

O Piauí tem a nona menor taxa de desocupação do país (12,8%), ficando abaixo da média nacional (14,6%). A maior taxa de desocupação registrada no 3º trimestre de 2020 é da Bahia, com 20,7% da população em idade de trabalhar desocupadas.    

Trabalho por conta própria cresce 
No Piauí, aumentou em 12,2% a quantidade de pessoas ocupadas como trabalhadores por conta própria, fato que impulsionou o aumento na ocupação no estado entre o 2º e o 3º trimestre de 2020. Porém, a pesquisa do IBGE mostra que também houve crescimento de 12,3% na quantidade de trabalhadores por conta própria informais, ou seja, sem registro no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ).  Havia 350 mil pessoas trabalhando como conta própria no 3º trimestre de 2020, no Piauí.

Eram 276 mil pessoas do Piauí trabalhando por conta própria sem CNPJ no 2º trimestre de 2020, número que chegou a 310 mil no 3º trimestre de 2020. A quantidade daqueles com registro em CNPJ se manteve estatisticamente estável no período, abrangendo cerca de 40 mil pessoas no 3º trimestre de 2020.

Apesar do aumento, a quantidade de trabalhadores por conta própria no Piauí ainda é 16,6% inferior ao 3º trimestre do ano passado. Há redução até mesmo entre as pessoas que trabalham por conta própria sem CNPJ, da ordem de 18,9%, quando comparados o 3º semestre de 2019 e o 3º semestre de 2020.

No Piauí, três em cada dez pessoas ocupadas são trabalhadores por conta própria (30,8%). O índice é o sétimo maior do país e superior à média nacional de 26,4%. O Amapá tem o maior indicador (35,8%) e o Distrito Federal tem o menor (20,8%).

 Subutilização no mercado de trabalho chega a 45,9%
Quase metade das pessoas no mercado de trabalho piauiense estão em situação de subutilização, de acordo com dados do IBGE referentes ao 3º trimestre de 2020. Chega a 45,9% o índice de subutilização composta no estado – taxa que reúne as pessoas que trabalham menos de 40h semanais, as desocupadas e as inativas com potencial para trabalhar.

O índice de subutilização composta do Piauí se manteve estável na comparação com o 2º trimestre de 2020, mas teve aumento de 4,8 pontos percentuais em relação ao 3º trimestre de 2019. Juntamente com a Bahia, que registrou a mesma taxa (45,9%) no 3º trimestre de 2020, o Piauí ocupa a quarta maior posição entre os estados com relação ao indicador de subutilização composta.

No Brasil, a taxa de subutilização composta referente ao 3º trimestre de 2020 foi de 30,3%. Alagoas teve o maior índice, chegando a 49,3% da população no mercado de trabalho. Já Santa Catarina registrou o menor indicador, sendo que apenas 12,7% da população no mercado de trabalho do estado se enquadra na situação de subutilização composta.

 

Com informações do IBGE
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