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Família aguarda quase 10 horas por remoção de corpo de autônomo que sofreu infarto

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Foto: Reprodução/Google Maps

 

O caso foi registrado na praça do Escolão do bairro Mocambinho, zona norte

 

Familiares de um homem que faleceu no início da tarde do domingo (30), após um ataque cardíaco,  se revoltaram após o corpo ter passado mais de 10 horas para ser removido do local da morte.  O caso foi registrado na praça do Escolão do bairro Mocambinho, zona norte da capital. 

De acordo com o relato, Jean Carlos Feliz Fernandes, de 42 anos, morreu por volta das 14h em uma praça do bairro. Familiares tentaram acionar o Instituto de Medicina Legal (IML) e o Serviço de Verificação de Óbitos (SVO) do Hospital Getúlio Vargas, mas nenhum dos dois órgãos mandou equipes ao local para fazer a remoção. 

De acordo com a família, o corpo do autônomo só foi retirado do local por volta das 23h45, após parentes terem acionado uma funerária para realizar o serviço. A empresa levou o corpo ao Serviço de  Verificação de Óbitos para a realização dos procedimentos para a liberação. 

"Infelizmente, a gente paga impostos a vida inteira para o estado e em uma hora dessas eles viram as costas. Ele ficou quase 10 horas esperando um procedimento do Estado. É uma humilhação. A gente se sentiu humilhado, porque ele não era nenhum indigente, ficou lá jogado igual a um cachorro", relatou Maria das Graças Pereira, ex-cunhada de Jean Carlos. 

O corpo foi liberado na manhã desta segunda-feira(30) após ter passado por procedimentos necessários e seguiu para o município de Campo Maior, terra natal do autônomo, que deixa dois filhos, de 23 e 19 anos. 

Procurado pelo Cidadeverde.com, o diretor  da Unidade de Polícia Técnico-Científica, Antônio Nunes, esclareceu que o Instituto de Medicina Legal (IML) só é responsável pelo recolhimento de corpos em casos de violência ou suspeita de violência e causa externa.

"O IML é um órgão do departamento de Polícia Científica da Polícia Civil. A Polícia investiga crimes, não investiga mortes naturais. Quem é responsável para verificar mortes naturais é  Serviço de Verificação de Óbitos, que possui carros tumba, necrotério e médicos patologistas", explicou.

O Cidadeverde.com também tentou contato com a direção do Serviço de Verificação de Óbitos (SVO), que se manifestou por meio de nota.

"O SVO não faz a remoção do corpo, quem faz esse serviço é a propria familia ou o serviço de funeraria contratado", informou a direção. 

Ainda de acordo com a direção, o corpo deu entrada no SVO às 23h06. "A demora foi devido a não identificação dos familiares por parte dos populares", diz a nota

"O SVO não possui rabecão para realizar a remoção dos cadáveres. As famílias são orientadas, em caso de morte natural, a contratar um serviço funerário para realização dessa remoção. Quando à família não dispõe de recursos financeiros, deve procurar a Secretaria Municipal de Assistência Social", completou a direção.

 

Natanael Souza
[email protected] 

 

 

 

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