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Direção da Casa da Cultura é exonerada e reabertura do prédio vira uma incógnita

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Foto: Roberta Aline

Um dos mais representativos patrimônios culturais de Teresina, a Casa da Cultura, virou uma incógnita. Com o prédio fechado desde março, devido a pandemia, o local precisa de uma reforma urgente, mas como é um prédio que pertence a Arquidiocese de Teresina, as alterações estruturais estão sendo revistas. 

Em meio às incertezas, a nova gestão da Fundação Municipal Monsenhor Chaves, exonerou a diretoria da Casa da Cultura. A coordendora geral da Casa e produtora cultural, Josy Brito, o artista plástico Gabriel Archanjo, coordenador de Literatura e Editoração, foram afastados de suas funções pela atual administração. 

A nova coordenadora da Casa é Marilene Evangelista. 

A gerente de Promoção Cultural da Fundação Monsenhor Chaves, Silmara Castro relatou que a nova gestão comandada pelo presidente Sheyvan Lima se surpreendeu com os problemas estruturais que enfrenta a Casa da Cultura. 

O Cidadeverde.com apurou que o prédio é gerido pela Prefeitura em regime de comodato e paga para a Arquidiocese de Teresina R$ 12.600 por mês, uma espécie de aluguel.

Segundo a gerente da Fundação, como o prédio é terceirizado, a Prefeitura analisa o contrato, já que pretende fazer reforma no prédio.  Enquanto, está indefinido, a Fundação pretende transferir o acervo da Casa da Cultura para a Casa Carlotinha, antiga sede da Fundação, que fica na praça João Luís Ferreira, Centro de Teresina. A proposta está sendo discutida com o IPMT, que administra a Casa Carlotinha. 

“A Casa da Cultura está com estrutura comprometido. A Equatorial  Energia já enviou documento pedindo que o prédio seja desocupado sobre risco de vida e de até incêndios, devido as instalações irregulares que têm a Casa”, disse Silmara. A dívida da Casa com a Equatorial é de R$ 36 mil, segundo a gerente.

Ela destacou ainda que existe risco de desabamento do teto e que o prédio tem problemas de infiltrações, estruturais e precisa de reparos imediatos. 

A possibilidade de mudança do acervo causou uma certa apreensão nas entidades de defesa do patrimônio e aguardam uma posição da Fundação. 

Prédio histórico

O prédio onde funciona a Casa da Cultura foi construído em 1880, época em que serviu de residência para o Barão de Gurguéia e sua família. O casarão também funcionou como quartel e enfermaria.
 
Depois da morte do Barão, o prédio virou Seminário e foi vendido por seus herdeiros para a Diocese de Teresina. A mesma edificação também já foi sede do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) e do Colégio Pedro II. Após sofrer várias alterações em sua estrutura, foi tombada em 1986 pelo Departamento do Patrimônio Histórico, Artístico e Natural do Piauí.
 
As obras de instalação da Casa da Cultura iniciaram em 1993, através de acordo firmado entre a Prefeitura de Teresina e o Governo do Estado do Piauí. Depois de meses de reparo e restauração, a Casa foi entregue em agosto de 1994 sob a gestão do prefeito Wall Ferraz e do governador Guilherme Melo. Desde então, abriga bibliotecas, museu, sala de vídeo e sala de artes plásticas.

O espaço possui duas bibliotecas em homenagens ao jornalista Carlos Castello Branco e ao prefeito Raimundo Wall Ferraz, com acervo de 6.827 livros e 1.918 periódicos; Memorial Raimundo Wall Ferraz, com homenagens, fotos e objetos pessoais. O local possui em seu acervo uma coleção do fotógrafo piauiense José Medeiros.

 

Flash Yala Sena
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