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Barcelona e PSG se reencontram na Champions com muito a provar

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Quando Neymar cruzou da intermediária e Sergi Roberto se esticou todo para desviar a bola e fazer, aos 50 minutos da etapa final, o sexto gol da improvável goleada do Barcelona sobre o Paris Saint-Germain, 6 a 1, nas oitavas de final da Champions League 2016/17, os espanhóis viviam um dos últimos momentos de glória do clube no principal torneio da Europa.

Quatro anos após aquele emblemático encontro entre as duas equipes, elas voltam a duelar nesta terça-feira (16), às 17h, no Camp Nou, em disputa por vaga nas quartas de final da competição europeia. O canal TNT e a página do Facebook TNT Sports transmitem o confronto de ida.

Ausente nesse duelo devido a uma lesão na coxa, Neymar foi um dos protagonistas daquela goleada não só pela assistência no fim, mas principalmente pelos dois gols que fez. Cinco meses após a partida, o brasileiro se transferiu justamente para o PSG.

Sem o camisa 11, o famoso trio MSN, formado por Messi, Luis Suárez e Neymar, com o qual o Barça levou a Champions de 2014/15, se desfez. Era o início de uma transformação pela que time espanhol passaria nos anos seguintes a duras penas.

Ainda que tenha voltado a conquistar o Espanhol duas vezes já sem o brasileiro (2017/18 e 2018/19), na Champions sofreu duas viradas impensáveis.

Nas quartas de final da edição 2017/18, a Roma reverteu desvantagem após ter perdido o jogo de ida por 4 a 1. Em casa, os italianos ganharam por 3 a 0. Na temporada seguinte, foi a vez de o Liverpool reverter um 3 a 0 na ida e ganhar na volta por 4 a 0, na Inglaterra.

Como resposta à necessidade de reforçar seu elenco para evitar novos fracassos, o Barcelona abriu os cofres e pagou 120 milhões de euros (na época, R$ 505 milhões) para tirar Griezmann, campeão mundial com a França em 2018, do Atlético de Madrid.

Apesar da badalação em torno do nome do atacante, havia um certo temor entre os torcedores que uma nova contratação milionária não fosse suficiente para recolocar a equipe no caminho dos títulos. Quando Neymar saiu, o Barça havia feito algo semelhante, ao buscar outro francês, na Alemanha.

Em negociação com o Borussia Dormund, contratou o atacante Ousmane Dembélé num negócio que já chegou a 135 milhões de euros (R$ 810 milhões), devido a termos no contrato relacionados ao aproveitamento do jogador.

Nem Dembelé nem Griezmann conseguiram ser para Messi companheiros à altura de Neymar e Suárez, no auge do trio MSN.

Prova disso foi o mais recente fiasco dos catalães na Champions, na goleada sofrida diante do Bayern de Munique, por 8 a 2, em partida pelas quartas de final da última temporada. Os franceses iniciaram no banco de reservas e apenas Griezmann entrou no decorrer da partida.

A derrota para os alemães foi a gota d'água para Messi querer por fim à relação com o Barcelona, iniciada quando ele tinha 13 anos.

Em agosto de 2020, o argentino comunicou que gostaria de deixar o clube, com o qual tem contrato até junho deste ano.

Ele não estava contente com a condução do Barcelona sob a presidência de Josep Maria Bartomeu -o cartola renunciaria ao cargo em outubro, em meio a pressões pelo crescimento da dívida da agremiação, atualmente estimada em 1 bilhão de euros (R$ 6 bilhões).

Antes disso, Messi decidira que permaneceria mais uma temporada na Catalunha, sem ir à Justiça para tentar romper o acordo. A relação entre ídolo e o clube, porém, nunca mais foi a mesma.

A possível saída do argentino após o fim desta temporada atormenta o time desde o início dela. Vários destinos são cogitados, entre eles o próprio PSG, em que o camisa 10 poderia reeditar a parceria com Neymar.

Recentemente, a revista France Football, afirmou que a amizade entre os dois seria um dos trunfos do dos franceses para tirar o craque do Barcelona.

Curiosamente, quando deixou a Espanha, Neymar partiu em busca de um lugar onde ele pudesse ser o protagonista, não ter a sombra de Messi ao seu lado.

No PSG, mesmo ao lado do francês Kylian Mbappé, o brasileiro tem convicção de que é o astro da companhia. Na temporada passada, o time pela primeira vez chegou à final da Champions, mas perdeu a decisão para o Bayern de Munique, 1 a 0.

Foi uma edição atípica, já que a pandemia de Covid-19 paralisou a competição durante as oitavas de final. Quando foi retomada, a Uefa determinou que as fases de quartas de final, semifinal e final seriam disputadas em jogos únicos, todos em Portugal e sem torcida.

O PSG pegou rivais com menos tradição até chegar à final, ao passar por Borussia Dortmund, Atalanta e RB Leipzig antes da partida com o Bayern.

Agora, enquanto o Barcelona tentará salvar a temporada e quem sabe convencer Messi a permanecer, o PSG quer mostrar que o vice do ano passado não foi obra das circunstâncias.

Nas ligas nacionais, a equipe espanhola está em terceiro lugar, oito pontos atrás do líder Atlético de Madrid (para onde foi Suárez nesta temporada) e com um jogo a mais. Acostumado a nadar de braçada na Ligue 1, o PSG está na segunda posição, com um ponto de desvantagem para o Lille.

Também nesta terça, o Liverpool, afastado da disputa pelo bicampeonato na Premier League, enfrentará o RB Leipzig, semifinalista da última edição da Champions. O jogo de ida será realizado em Budapeste, na Hungria.

Os ingleses não puderam entrar na Alemanha por conta das restrições impostas pelo governo alemão para viajantes do Reino Unido, em virtude da cepa britânica do coronavírus.

LUCIANO TRINDADE
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) 

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