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CBF defende protocolos e decide pela permanência do futebol no Brasil

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O futebol brasileiro não vai parar. Ao menos na visão da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que divulgou na manhã desta quarta-feira um relatório defendendo o seu protocolo de segurança para a continuidade dos campeonatos no país, mesmo no auge da pandemia no Brasil.

Foto - CBF - Divulgação

De acordo com a entidade, o futebol brasileiro está "seguro, controlado e responsável, com todas as condições de continuar". A CBF usou renomados infectologistas para confirmar a segurança de seus métodos de prevenção à saúde de todos os envolvidos nas partidas

"Mesmo com cenário intenso (de covid-19 no País), não há a transmissão do vírus em campo. A contaminação não ocorre em campo, só por comportamento social incorreto ou quebra de protocolos", garantiu Bráulio Couto, professor da UniBH, com mais de 30 anos de experiência em serviços de epidemiologia hospital.

"Todos os jogadores são avaliados antes dos jogos e lembrados que ao apresentarem qualquer problema respiratório devem avisar os clubes e ficarem em isolamento", seguiu. "Com esses dois pilares, o teste nasal e o PCR em assintomáticos, conseguimos compartilhar um resultado de grande sucesso, garantindo que não houve contaminação dentro de campo, nenhuma dentro das quatro linhas."

A CBF vai levar os resultados positivos de seu controle rigoroso da covid-19 para um congresso de futebol da Fifa, em junho, marcado para Viena, mas que deve se tornar virtual.

Para Clóvis Arns da Cunha, presidente da Sociedade de Infectologia, a CBF contribuiu cientificamente de forma inédita. Para ele, uma "contribuição social", pois está obrigando o atleta assintomático a ficar isolado. "Evita-se que passe a doença a seus familiares e a pessoas do convívio social fora do campo."

Para o grupo de especialistas reunidos pelo neurocirurgião Jorge Pagura, coordenador médico da CBF, a temporada 2020 do futebol brasileiro foi muito segura. "Os exames provaram que é seguro o futebol desde que o protocolo seja seguido à risca. 

É afastar da atividade quando tem sintoma e fazer exame sempre", afirmou Clóvis Arns. "90% dos casos diagnosticados em jogadores foram sem sintomas. Ao afastá-lo, evitamos a transmissão.

Entre agosto e o fim da temporada, marcada pela final da Copa do Brasil, no domingo, a CBF realizou testes em jogadores envolvidos em 2.423 partidas, em todos os Estados do País.

Foram feitos 89.052 testes PCR em pessoas envolvidas nas partidas, 13 237 em atletas. Nenhum jogador entrou em campo sem ser testado.

"Mesmo com algumas equipes passando por surtos por causa de motivos diferentes, não vamos citar nomes ou equipes aqui, nosso inquérito epidemiológico provou não haver contaminação no campo", afirmou Pagura.

"Repito, não há evidência de contaminação entre jogadores numa partida. Mas vamos usar o caso do Valdivia (do Avaí), pois esse foi amplamente noticiado e podemos citar o nome. Ele jogou o primeiro tempo (diante do CSA) e saiu no intervalo. 

Foram feitos 19 testes no CSA e ninguém testou positivo. Seis dias depois, repetimos mais 18 testes e nenhum positivo. Mais alguns dias e outros 19 testes realizados e novamente nada de positivo.

A análise das interações entre clubes mostra total segurança nos jogos e temos provas que não houve transmissão."

Por Fabio Hecico, especial para a AE
Estadão Conteúdo

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