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A implementação de medidas restritivas relacionadas a COVID-19 em todo o mundo correspondeu a um aumento significativo do tempo que as pessoas passam em frente ao computador. Trabalhando em casa ou mesmo buscando novas formas de diversão, a pandemia causada pelo novo coronavírus alterou a maneira como a sociedade mundial se relaciona com a tecnologia.
No Brasil, o negócio das apostas cresceu como nunca, sobretudo aquelas que apresentam uma gama maior de oportunidades, como sala de poker, blackjack ou roleta. Além disso, há ainda as apostas esportivas, que aproveitaram a retomada dos campeonatos ao redor do mundo. As alternativas ao Carnaval para quem respeitou o isolamento social foram mesmo algumas plataformas de apostas online.
Como o mercado de apostas no Brasil ainda não é regulamentado - algo que pode mudar em breve, já que as discussões avançam no Congresso Nacional - os dados sobre o setor ainda são inconclusivos. De todo modo, sabe-se que a pandemia impulsionou a atividade online de diversas plataformas estrangeiras que estão abertas aos clientes brasileiros. Consultorias diversas apontam que o setor de jogos de cassino online teve aumento em seu faturamento em média de 24% no ano passado em relação a 2019.
Na Europa, empresas de diversos países tentam medir o crescimento de um setor que se expande cada vez mais. Em paralelo, plataformas de jogos online têm buscado tecnologias diversas para melhorar a experiência do usuário. Algumas já falam em realidade virtual e reconhecimento facial, alternativas que podem facilitar a vida do apostador. Os sites também estão melhorando seus sites para dispositivos móveis, já que é cada vez maior o número de usuários que apostam utilizando um smartphone.
A empresa britânica Flutter Entertainment, uma holding de apostas criada após a junção entre a Betfair e a Paddy Power, tem apresentado dados otimistas para quem acompanha o setor. Em seu último relatório de resultados trimestrais ao longo de 2020, a companhia dividiu suas comparações anuais antes e depois de 15 de março, a última semana em que os esportes ao vivo foram generalizados.
No que poderia então ser considerado o “período de interrupção”, a receita das plataformas online do grupo aumentou em média 15% no Reino Unido.
Já os números do Stars Group mostraram um aumento ainda mais notável na receita de sua divisão internacional, composta em grande parte pela marca Pokerstars. A receita cresceu 44% ano-a-ano em março.
De acordo com comunicado da empresa divulgado para seus associados e acionistas majoritários, o aumento "mais do que mitigou" a perda de receita das apostas esportivas. Esse crescimento ficou ainda mais acentuado na primeira quinzena de abril de 2020, período em que a receita do segmento internacional cresceu 75% em relação ao mesmo período de 2019.
Fintan Costello, executivo-chefe da empresa de marketing de afiliados Bônus Finder, diz que houve um grande aumento nas pesquisas por cassinos online nos Estados Unidos. Ele espera que esse padrão seja replicado em todo o mundo, já que a prática tem ganhado cada vez mais adeptos.
Segundo Richard Skelhorn, fundador da operadora BGO e afiliada da empresa Atemi, a BGO teve um crescimento de apenas 8% na receita e 4% nos depósitos. O resultado não é tão espetacular como o de outras empresas, mas ainda assim foi celebrado em meio à uma crise que assola a economia de quase todos os países do planeta.
Enquanto empresários do setor comemoram os níveis favoráveis, autoridades tentam limitar a atuação dos cassinos. Diversos países tentaram dar alguma segurança à utilização dos cassinos durante a pandemia. A Letônia foi o mais rígido de todos os países, optando por proibir totalmente o jogo online.
O parlamento de Portugal aprovou um projeto de lei exigindo que o governo tome algum tipo de ação para restringir o jogo online durante a pandemia. O país tem tentado mudar regras para dar mais segurança à população, mas também às plataformas que disponibilizam jogos online.
Da Redação
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