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Mortes de mulheres grávidas pela Covid no Brasil é a maior no mundo

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Roberta Aline

A gravidez é um momento muito importante para as mulheres que desejam ter um filho. Mas em período de pandemia da Covid-19, o medo, insegurança e questionamentos sobre a infecção do vírus nesse período se torna mais latente. E não é por menos, o Brasil é o país com maior número de casos de morte de mulheres grávidas e no pós-parto pela covid-19, com taxa de mortalidade de 12,7% entre as gestantes.

Dentre os principais questionamentos, a transmissibilidade da doença ao bebê durante o parto. Embora exista poucos registros de casos de recém-nascidos já infectados antes do parto, o que se comprova é a possibilidade de contaminação no período neonatal. A ginecologista e obstetra Cláudia Fontenele explica a transmissibilidade do vírus em gestantes.

"As comprovações ainda são muito poucas. Não se sabe ainda se essa transmissão é uteroplacentária ou por contato direto, ou seja, o contato que teve com a mãe ali no momento em que nasceu a criança. São poucos os casos e com isso ainda não temos essa definição. Contudo, evidências apontam que no período neonatal, ou seja, após o nascimento dos bebês é o mais provável que isso possa acontecer, devido ao contato com uma mãe que estava ou assintomática, ou com poucos sintomas, principalmente pela aproximação e no cuidado cotidiano com o bebê”, esclarece.

Segundo artigo publicado em janeiro deste ano no American Journal of Obstetrics and Gynecology, pesquisadores apontaram indícios de que há maior taxa de hospitalização e de necessidade de ventilação mecânica em pacientes grávidas. O estudo conduzido por um grupo de obstetras e enfermeiras de 12 universidades e instituições públicas, em junho de 2020, revelou que 160 gestantes e puérperas morreram por covid-19 no Brasil, o que corresponde a 77% dessas mortes no mundo.

Quase 23% das mulheres que morreram no Brasil não tiveram acesso a um leito de UTI e 36% não chegaram a ser intubadas.

É importante reforçar que as gestantes não podem abandonar suas consultas de pré-natal, pois a saúde materna, vitalidade fetal, dentre outros fatores precisam continuar sendo avaliados.

“Gestantes que apresentam sintomas de síndrome gripal, tosse, coriza, falta de paladar e olfato, além de febre devem entrar em contato com o seu pré-natalista ou médico obstetra para ter uma orientação, se necessita procurar uma urgência. Em isolamento domiciliar, as gestantes devem ficar no mínimo 14 dias em casa, usando máscara, com distanciamento mínimo de 2 metros dos outros residentes e evitando compartilhamento de objetos de uso pessoal”, recomenda a ginecologista.

 

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