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Gaeco aponta desvio de R$ 10 milhões em contratos fraudados no interior do Piauí

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Foto: Divulgação/Ministério Público 

Atualizada às 11h40

Um contador que presta serviços ao município de Elesbão Veloso é apontado pelo Ministério Público como principal articulador do esquema  que teria desviado R$ 10 milhões através de fraudes a licitações e contratos, em Elesbão Veloso  e outros municípios do interior do Piauí. O profissional é um dos alvos dos mandados de busca e apreensão realizados durante a operação "CNPJ Premiado", deflagrada hoje pelo Grupo de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Gaeco). 

De acordo com as investigações, para viabilizar os desvios, o contador criava empresas de fachada em nomes de familiares. Somente uma das empresas falsas, que fica localizada em Teresina,  conseguiu fechar contrato de mais de R$ 700 mil por ano para realizar coleta de lixo, mas acabou terceirizando o serviço com proprietários de caçambas da região. 

"O centro da organização passa por um contador que presta serviços ao município que passou a criar pessoas jurídicas. Uma das construtoras pertence ao genro desse contador, que funciona no mesmo endereço do escritório de contabilidade. Ao tempo que esse contador tem essa empresa, ele também tem outras empresas que passaram a receber recursos públicos, tanto da cidade Elesbão Veloso como de outros municípios", explica o promotor de justiça José William, do Gaeco. 

Durante a operação desta sexta-feira(14) foram apreendidos documentos e aparelhos eletrônicos. O Ministério Público busca através do material apreendido comprovar a prática de atos ilícitos. 

Foto: Divulgação/Ministério Público 

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) deflagrou na manhã desta sexta-feira (14) a operação “CNPJ Premiado”, que cumpre mandados de busca e apreensão nos municípios de Elesbão Veloso e Teresina. A ação tem como foco investigar um esquema de fraudes a licitação e desvios de recursos públicos que movimento cerca de R$ 10 milhões nos últimos anos, envolvendo serviços de coleta de lixo, locação de veículos e obras.

A ação também conta com apoio da Polícia Civil e da  Polícia Rodoviária Federal, além da promotoria de Justiça de Elesbão Veloso. 

Ao todo, 13 mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos, contra pessoas físicas e empresas. Entre os investigados está o ex-prefeito de Elesbão Veloso, Ronaldo Barbosa. 

De acordo com o Gaeco, os investigados criaram empresas de fachada  que receberam recursos públicos tanto de Elesbão Veloso quanto de outros municípios piauienses, em contratos que ainda estão em vigor. 

O promotor José William, do Gaeco, explica que servidores ligados a comissão de licitação do município de Elesbão Veloso iniciaram o esquema que movimentou mais de R$ 10 milhões nos últimos anos 

"A investigação foca na atuação especifica da comissão de licitação de Elesbão Veloso, em que o pregoeiro favorecia empresas, muitas dessas empresas criadas e administradas pelo contador do município, que passou a criar empresas de fachada, que não têm sede real. Tais empresas passaram a receber recursos públicos do município de Elesbão Veloso, além de recursos de outros municípios da região", destacou. 

A investigação apura ainda pagamento de propina a servidores públicos ligados à gestão municipal de Elesbão Veloso e pagamentos suspeitos realizados a parentes do ex-prefeito municipal investigado, além de lavagem de dinheiro com uso de laranjas. 

O ex-prefeito Ronaldo Barbosa informou que não houve nenhuma irregularidade em sua gestão e que está à disposição da Justiça para os esclarecimentos necessários.

 

 

 

Natanael Souza
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