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Brasileira que fingiu ataque está sem namorado e sem trabalho

A pernambucana Paula Oliveira completou 27 anos na semana passada, mas não teve muito o que comemorar. Ela está sem trabalho, sem a companhia do namorado Marco Trepp, que deixou o apartamento em Dübendorf há cerca de três semanas, e respondendo a processo na Justiça suíça, após dizer que foi vítima de um ataque neonazista e ser desmentida pela polícia.

A brasileira não perdeu o emprego, mas permanece licenciada da A. P. Moller-Maersk, grupo dinamarquês de transporte e energia. Segundo informações da assessoria de imprensa do grupo, o destino de Paula, que teve o passaporte retido pelas autoridades locais, só será definido após o julgamento do caso. Eles não informaram se a licença é ou não remunerada.

Vizinhos não confirmam se Paula ainda mora no apartamento em Dübendorf. "Nunca a vi entrando ou saindo do prédio. O Marco Trepp, que conheço há vários anos, não é visto por aqui há algum tempo", afirma Gerardo Di Paola. O vizinho disse ainda que percebeu uma movimentação na semana passada, quando um carro da embaixada brasileira estacionou na frente do prédio.

De acordo com a conselheira do Consulado-geral do Brasil em Zürich, Marisa Baranski, a cônsul Vitória Cleaver, que acompanha o caso da pernambucana, foi ao apartamente de Paula para parabenizá-la por seu aniversário e conversar com o pai, Paulo Oliveira. "O consulado acompanha apenas no que diz respeito às questões consulares. Como existe um processo tramitando na Justiça, o caso é particular e não podemos dar qualquer informações", declarou.

Paulo Oliveira é assessor do senador e ex-vice-presidente da República Marco Maciel e do deputado federal e ex-prefeito do Recife Roberto Magalhães. O advogado de Paula na Suíça, Roger Müller, disse que não podia atender ao pedido de entrevista.

Paula responde um processo na Justiça por ter supostamente forjado o ataque de neonazistas que disse ter sofrido no dia 9 de fevereiro, na estação de trem de Stettbach, em Dübendorf, cidade vizinha a Zürich. Os agressores teriam escrito a sigla SVP (em português, Partido do Povo Suíço ou União Democrática de Centro) em várias partes do seu corpo. Ela disse ainda que estava grávida de gêmeos e que, em função da violência do ataque, abortou os bebês no banheiro da estação.

No dia 18 de fevereiro, a revista semanal Die Weltwoche publicou uma reportagem dando detalhes sobre o depoimento da brasileira à polícia de Zurique. A publicação sustenta que Paula teria admitido a farsa e contado que se mutilou com uma faca que carregava na bolsa. Especula-se que ela queria ganhar entre 50 mil e 100 mil francos da Opfer Hilfe, agência de apoio às vítimas da criminalidade da Suíça.
 
Fonte: Terra
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