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Ministério reduz idade e cadastro para doar medula óssea cairá de 10 mil para 2 mil

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Foto: Roberta Aline/Cidadeverde.com 

Uma portaria divulgada pelo Ministério da Saúde no Diário Oficial da União alterou as regras para cadastro no Registro Brasileiro de Doadores de Voluntários de Medula Óssea (Redome). Entre as principais mudanças, está a redução da idade máxima para novos doadores, que passa a ser de 35 anos. Anteriormente, pessoas com idades entre 18 e 55 tinham a possibilidade de realizar o cadastro para a doação. 

A mudança foi recebida com surpresa pela direção do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Piauí (Hemopi), responsável pelo cadastro de doadores de medula, que ainda avalia os impactos da mudança.

"O Hemocentro não tem autonomia, competência, responsabilidade sobre os critérios da procura para esses candidatos à doação. Nós, da rede brasileira de hemocentros, fomos tomados por surpresa com essa portaria publicada que diminui a idade máxima para os candidatos a doação. Não fomos comunicados, não temos conhecimento dos reais motivos dessa diminuição.O que a gente tem a dizer é que nós iremos cumprir. Como é uma portaria publicada pelo Ministério da Saúde, a gente pode até discutir, mas temos que cumprir", destacou o diretor geral do Hemopi, Jurandir Martins. 

Ainda na avaliação do diretor geral do Hemopi, apesar de reduzir as possibilidades de se encontrar doadores compatíveis, ainda é cedo para avaliar os reais impactos da mudança no processo de doação e transplantes de medula. "Com essa nova determinação, infelizmente, a gente vai diminuir bem o leque de possibilidades de novos cadastros. Então, a curto prazo, ainda não temos como ter uma opinião mais plausível e correta de qual impacto a gente vai ter com isso", pontuou. 

A portaria do Ministério da Saúde não deixa claro quais critérios serão adotados para efetivar a mudança na faixa etária, como por exemplo se os cadastros atuais de pessoas acima de 35 anos serão excluídos ou se os critérios valem apenas para novos cadastros. 

Outra mudança estabelecida em portaria do Ministério da Saúde é a redução do número máximo de cadastros de doadores voluntários de medula óssea/ ano.  No Piauí, por exemplo, o Hemopi só terá autorização para realizar 2.363 cadastros por ano. Segundo o diretor geral, em anos anteriores, o Piauí já chegou a realizar mais de 10 mil cadastros. 

Na avaliação de Jurandir Martins, a mudança pode ser uma tentativa de qualificar os cadastros e evitar problemas no momento de consolidar os transplantes. "Infelizmente, a gente sabe que existem pessoas que são cadastradas, são compatíveis e há uma recusa no momento do transplante. Às vezes ele não foi bem informado, porque o cadastro é nacional e internacional. Não necessariamente você vai ser compatível com quem você deseja, até porque a chances de compatibilidade são de 1 para 100 mil pessoas", destacou.

O Cidadeverde.com entrou em contato com o Ministério da Saúde, através da assessoria de comunicação, para buscar esclarecimentos a respeito das mudanças no Registro Brasileiro de Doadores de Voluntários de Medula Óssea, mas até o momento não obteve retorno. O espaço permanece aberto. 

O portal entrou em contato também com o Inca (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea), que comunicou que elabora uma nota para divulgar para a imprensa. 


Natanael Souza
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