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Crise hídrica não é causa de apagão em Minas e no Rio, dizem ONS e ministério

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O ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) afirmou neste domingo (19) que o apagão que atingiu cidades do Rio de Janeiro e Minas Gerais no sábado (18) à noite não tem relação com a crise hídrica no país.

A causa da interrupção no fornecimento de energia foi uma falha na subestação de Rocha Leão, em Rio das Ostras (RJ), segundo o ONS. A informação também foi confirmada por Furnas.

"O ONS avaliará as causas da ocorrência junto aos agentes envolvidos. Vale ressaltar que o episódio não tem relação com a crise hídrica do país. Reiteramos que, assim que identificado o problema, atuamos prontamente para iniciar a recomposição do sistema e para que o completo fornecimento de energia fosse restabelecido o mais rápido possível", disse o órgão, em nota.

O Ministério de Minas e Energia também afirmou, em nota, que o apagão não está relacionado com a "situação de escassez hídrica vivida pelo país".

Disse ainda que caberá ao ONS detalhar o que aconteceu, "bem como as recomendações a serem observadas pelas empresas responsáveis pela operação das instalações envolvidas na ocorrência".

De acordo com Furnas, a falha ocorreu às 21h21. O restabelecimento total da energia demorou uma hora.

"As proteções atuaram corretamente para isolamento da falha, causando o desligamento de todos os equipamentos dessa subestação. A equipe técnica de Furnas prontamente iniciou os procedimentos para o restabelecimento do fornecimento para a distribuidora. A empresa está analisando as causas do ocorrido", afirmou a empresa, em nota.

Especialistas ouvidos pela reportagem também afirmam ser improvável que a interrupção de energia tenha relação com a crise hídrica enfrentada pelo país.

O consultor Ricardo Lima, ex-conselheiro da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), diz que o mais provável é que o apagão tenha sido causado por um acidente.

"Sábado é um dia de carga baixa. [A queda de energia] não deve ter sido por sobrecarga. Vamos aguardar o diagnóstico final da ONS, mas provavelmente foi apenas um acidente", afirma.

Por ouro lado, diz Lima, o episódio chama a atenção, sobretudo pelo tempo demorado para que a energia fosse restabelecida: "Normalmente, manobras como estas são relativamente rápidas, sobretudo quando a carga não é significativa", avalia.

O pesquisador Roberto D'Araújo, do Instituto Ilumina, também diz ser pequena a chance de que a interrupção tenha sido causada por uma sobrecarga. Mas afirma que o caso acende o alerta para situações semelhantes que podem vir a acontecer nos próximos meses.

"Não descarto que, dentro de um mês, a gente tenha uma situação parecida com essa. As condições hidrológicas estão muito severas", afirma.

O país passa por uma crise no setor de energia. A falta de chuvas deixou os reservatórios das hidrelétricas em seu pior nível em 91 anos e tem forçado o governo a tomar medidas para afastar o risco de racionamento.

A Enel Distribuição Rio, uma das concessionárias de energia que atende o estado do Rio, informou que a falha causou interrupção no fornecimento de energia em parte da região dos Lagos e em cidades como Macaé, Cantagalo e Teresópolis.

O apagão durou cerca de uma hora, segundo a Enel. O fornecimento foi normalizado para todos os clientes às 22h32, segundo informou a concessionária.

A falta de energia também atingiu cidades da Zona da Mata de Minas Gerais. A Energisa, concessionária que atende cidades no Rio e em Minas, informou que instabilidades no sistema de sua supridora de energia foram responsáveis por interrupções de energia em Nova Friburgo (RJ) e municípios mineiros. Segundo a empresa, a situação já foi normalizada em 100% dos municípios impactados.

A Cemig, que atende a municípios em Minas Gerais, confirmou que houve falta de energia nos municípios de Estrela D'Alva e Volta Grande, na Zona da Mata. A interrupção começou às 21h21, e o fornecimento foi inteiramente normalizado às 21h45.

"As causas da interrupção estão sendo apuradas pelos órgãos responsáveis", informou a Cemig, que adiantou que a falta de energia foi motivada por uma ocorrência externa ao sistema da empresa.

Fonte: Folhapress 

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