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UE especula vacinação obrigatória; mortes na Alemanha chegam a maior nível em 9 meses

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Foto: Roberta Aline/Cidadeverde.com

A vacinação obrigatória não deve ser descartada como política pública para defender a população da União Europeia (UE), disse nesta quarta-feira (1ª) a presidente da Comissão Europeia (Executivo do bloco), Ursula von der Leyen.

Regras de saúde pública no bloco europeu são decididas pelos governos nacionais, e, na terça (30), a Grécia anunciou que passará a multar residentes de 60 anos ou mais que não se imunizarem até 16 de janeiro. Já a Áustria pretende tornar compulsória a vacina anti-Covid a partir de fevereiro.

O comentário da líder do Executivo da UE vem no mesmo dia em que a Alemanha registrou o maior número de mortes por Covid dos últimos nove meses. O Instituto Robert Koch, a agência federal de controle de doenças do país, relatou 446 novas mortes pela doença nesta quarta -maior cifra diária desde 18 de fevereiro.

A taxa de incidência da doença nos últimos sete dias por 100 mil habitantes, porém, caiu pelo segundo dia consecutivo: 442,9, contra 452,2 na terça (30). Epidemiologistas locais afirmam que, se seguir assim, o país ainda pode ter 6.000 pessoas com Covid em tratamento de terapia intensiva até o feriado do Natal, independente das medidas de mitigação que as autoridades tomem nos próximos dias.

Von der Leyen pediu aos 27 países-membros do bloco europeu que ampliem a porcentagem de habitantes imunizados e acelerem a aplicação de doses de reforço. Também considerou aceitável que, enquanto não há evidências científicas sobre o efeito da variante ômicron, governos exijam de viajantes testes negativos para Sars-Cov-2, mesmo nas viagens internas à UE, como vem fazendo Portugal.

Questionada por repórteres sobre a obrigatoriedade de vacinas, respondeu: "Temos as vacinas, que salvam vidas, mas não estão sendo usadas adequadamente em todos os lugares. E e ste é um custo enorme para a saúde. (...) Pensar sobre a vacinação obrigatória na União Europeia, isso precisa ser discutido. Isso precisa de uma abordagem comum, mas é uma discussão que acho que deve ser cumprida".

A política alemã ressaltou que, na média, um quarto dos adultos e um terço da população total ainda não foi vacinada, o equivalente a 150 milhões de pessoas, número que considerou excessivo mesmo descartando crianças e os que não podem receber a injeção por motivos médicos.

"A grande maioria poderia, portanto acho compreensível e adequado conduzir essa discussão agora", afirmou. Von der Leyen, como vários líderes do bloco, disse que sistemas de saúde já estão ficando sob pressão com a quarta onda de Covid que já dura mais de um mês, e que a ômicron pode piorar o quadro.

A UE afirmou que vacinas contra a Covid fabricadas pela Pfizer estarão disponíveis para crianças a partir de 13 de dezembro, uma semana antes do prazo inicial previsto.

Quatro pessoas no sul da Alemanha receberam diagnóstico de Covid com a variante ômicron, embora já estivessem com esquema vacinal completo, segundo anunciado nesta quarta. Três dos infectados viajaram para a África do Sul recentemente, e a quarta pessoa é parente de um deles.

O futuro premiê alemão, Olaf Scholz, afirmou nesta terça que o país vai discutir a possível obrigatoriedade da vacina -atualmente, 68% dos alemães tomaram as duas doses–, mas reforçou que decisão do tipo cabe ao Bundestag, o Parlamento do país. De acordo com o social-democrata, a medida deveria começar a valer até, no máximo, o início de março do próximo ano.

 

Fonte: Folhapress 

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