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À espera de veredicto, piloto Hélio Castroneves está abatido

A poucos dias de conhecer o resultado de seu julgamento, o piloto brasileiro Hélio Castro Neves, acusado de evasão fiscal nos Estados Unidos e que pode pegar até 35 anos de prisão, demonstrou abatimento e se disse "fraco" por conta da pressão que está sofrendo.

Na sexta, o veredicto do júri foi adiado para a próxima segunda-feira. A Promotoria e os advogados da defesa já fizeram suas deliberações finais sobre a acusação ao piloto da F-Indy, e a sessão será retomada às 8h (9h de Brasília) desta segunda. O julgamento começou no dia 2 de março.

"Na segunda-feira, estamos de volta nessa corrida da minha vida", disse o piloto à rádio Bandeirantes. " [O julgamento] É uma coisa que eu não esperava que durasse tanto, seis semanas. É uma pressão muito grande", comentou. "Só espero que a justiça seja feita."

"São leis que eu nunca tive ideia [de que existiam], e o que é difícil é que quando você está naquela Corte, com os promotores te acusando de tudo isso... ninguém gosta de tomar porrada e nem poder expressar o que está sentindo", disse o bicampeão das 500 Milhas de Indianápolis.

"Eu sou uma pessoa muito emotiva, e para segurar tudo isso é muito difícil. Infelizmente, não consegui segurar minha emoção. Não é pelo fato de não estar confiante. Infelizmente, está fora do meu controle", lamentou.

"Estou bem fraco nesse sentido. Obviamente, os fãs estão sendo muito carinhosos, mas é complicado aguentar toda essa pressão", concluiu Castro Neves.

Entenda o caso

Morador de Miami desde 1997, Castro Neves, que possui residência americana, é acusado de fraudar o governo dos EUA em US$ 5,5 milhões (aproximadamente R$ 10 milhões) em impostos, além de outros seis crimes de evasão fiscal entre os anos de 1999 e 2004.

Além de Castro Neves, sua irmã e empresária Katiucia e seu ex-advogado, Alan Miller, acusados de cumplicidade, também são réus.

De acordo com o IRS (Internal Revenue Service, o equivalente à Receita Federal no Brasil), o bicampeão das 500 Milhas de Indianápolis deve mais de US$ 2,3 milhões em impostos referentes a este período de seis anos.

O piloto e Katiucia podem pegar até 35 anos de prisão, caso sejam condenados em todas as acusações --cinco pela tentativa de fraudar o governo dos EUA e cinco para cada um dos anos de evasão de divisas.

O advogado Alan Miller, que foi acusado em apenas três dos seis anos de evasão fiscal, pode pegar no máximo 20 anos de prisão.

Pela denúncia, os irmãos e Miller usavam a Seven Promotions, para receber boa parte do salário que Castro Neves recebia como piloto e driblar o fisco norte-americano.

Por três anos, Castro Neves recebeu US$ 6 milhões da Penske e de outros contratos, mas só reportou US$ 1 milhão em sua declaração de renda.

O esquema usado pelo piloto, sua irmã e o advogado desviou mais de US$ 5 milhões, em um plano que fazia a Penske depositar seu salário fora do país para não pagar taxas.
 
Fonte: Folha Online
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