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Gilberto Kassab descarta que PSD fará indicação de vice para Lula em 2022

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Foto: Arquivo Cidade Verde

Presidente de uma das siglas mais desejadas por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para compor sua chapa presidencial no ano que vem, Gilberto Kassab (PSD) é peremptório: nada de acordos de primeiro turno.

A especulação cresceu exponencialmente com o avanço do acordo de Geraldo Alckmin (ex-PSDB) para se tornar vice de Lula.

O ex-governador paulista estava quase de malas prontas para o PSD para disputar novamente o Palácio dos Bandeirantes, então o corolário para petistas entusiastas do arranjo era claro: ele poderia filiar-se e unir-se a Lula.

Só que na fotografia com líderes políticos presentes ao jantar que homenageou Lula na noite de domingo (19), promovido pelo grupo de advogados Prerrogativas, Kassab estava ausente -apesar de ter ido, sozinho e sem seu presidenciável, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

"Eu entendi que poderia passar para a sociedade a percepção de que estava formada uma frente de apoio ao Lula no primeiro turno. Eu não estarei com o Lula no primeiro turno, isso já foi dito a ele", disse, nesta entrevista na noite de segunda (20).

"Não faremos o vice do Lula. Não é porque é o Geraldo, fulano ou sicrano, é porque teremos candidatura própria", afirma ele, que considera Alckmin fora dos planos do PSD. O "projeto redondo" em São Paulo, diz, "acabou" e outro nome será procurado.

O ex-governador bagunçou o principal palanque bolado por Kassab, que tem potencial para tentar promover Pacheco nas outras duas pernas do "triângulo das Bermudas", Rio (com o prefeito carioca Eduardo Paes) e Minas (com o prefeito belo-horizontino Alexandre Kalil), além do forte colégio paranaense (com o governador Ratinho Jr.).

O dirigente se diz sem mágoas, mas seu tom acerca de Alckmin, de portas abertas sempre, mudou.

Também reserva um lacônico "que seja feliz" ao também negar ressentimentos com João Doria (PSDB), o governador paulista ora presidenciável de quem foi indicado chefe da Casa Civil, cargo que nunca assumiu porque foi alvo de uma operação acerca de um pagamento feito pela JBS que ele diz ter sido regular. Deixou o afastamento neste ano.

Insiste que, se Pacheco desistir de ser candidato, o PSD terá outro nome na urna eletrônica. Na sua lógica, o partido sairá fortalecido do primeiro turno -aí, um acerto com o PT, que já ocorreu no passado, parece líquido, em especial se o seu desafeto Jair Bolsonaro (PL) estiver do outro lado.

Nessa entrevista, ele faz uma defesa inédita: quer trabalhar pelo fim da reeleição e das coligações para disputas majoritárias, uma combinação que revolucionaria o modo com que se faz política no país hoje e, na sua visão, ajudaria a estreitar o quadro partidário. O atual, diz, "é uma excrescência".

Ao defender o polêmico fundão eleitoral de R$ 5,7 bilhões, diz que o problema é a transparência, não o gasto.

Por fim, afirma que o seu PSD nunca foi do centrão por não condicionar governabilidade a participar do governo.

Diz ser independente e ressalta o fato de que o ministro do partido no governo Bolsonaro não representou adesão: Fábio Faria (Comunicações) era uma cota do presidente que até tentava atrair o partido, e está de mudança para o PP.

Projeta sair de 2022 com a terceira maior força congressual, com aumento de bancada na Câmara dos atuais 35 para ao menos 50 deputados e no Senado, de 11 para 15 nomes. Prevê a eleição de mais do que os dois atuais governadores.

Fonte: Folhapress

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