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PM usa balas de borracha para dispersar manifestantes em frente ao Palácio da Cidade

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A Polícia Militar utilizou balas de borracha e gás lacrimogênio para dispersar ato de professores da rede municipal da educação e manifestantes de movimentos por moradia que ocorreu em frente a sede da Prefeitura de Teresina, no Palácio da Cidade, na manhã desta terça-feira (15).

Segundo o coordenador-geral do Sindicato dos Servidores Municipais (Sindserm), Sinésio Soares, a categoria realizava uma passeata pelo Centro de Teresina, quando se juntou ao protesto do movimento por moradia que ocorria no local. 

“Hoje é o 37º dia da greve e nós víamos em passeata do acampamento da Semec, quando avistamos um grupo do movimento por moradia protestando em frente à Prefeitura e nos juntamos ao ato”, explicou o coordenador.

De acordo com Sinésio Soares, os trabalhadores pediram um diálogo com o prefeito de Teresina, Dr. Pessoa (MDB), mas acabaram recebendo bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha dos policiais militares que realizaram uma barreira em frente a entrada do Palácio da Cidade.

“O que veio de dentro foi a tropa de choque já atirando balas de borracha, bombas de gás lacrimogênio, uma verdadeira zona de guerra, enquanto a gente queria apenas uma negociação com o prefeito”, ressalta Sinésio.

O coordenador do Sindserm destacou ainda que está prevista uma nova manifestação nessa quarta-feira (16), na sede do Palácio da Cidade.

“Hoje não quiseram conversar com ninguém, nós vamos amanhã uma grande manifestação aqui na Prefeitura, estamos convocando toda a cidade de Teresina porque isso não é a forma que se trata movimentos sociais em 2022, vamos fazer uma nova manifestação e esperamos que não seja dessa forma”, garante.

Em nota, a Prefeitura de Teresina informou que um princípio de tumulto gerou depredação no Palácio da Cidade e que a Polícia Militar precisou intervir. 

Nota para a imprensa

Sobre a manifestação que ocorreu nesta terça-feira, 15, na frente do Palácio da Cidade, a prefeitura de Teresina informa que o prefeito Dr. Pessoa defende e entende que a luta por moradia é um direito da população.
 
Um princípio de tumulto gerou depredação no Palácio da Cidade e a Polícia Militar teve que intervir para acalmar os ânimos e evitar maiores prejuízos. 
 
Em relação às famílias que pedem a desapropriação de áreas privadas para que recebam os títulos de moradia, a PMT mantem um diálogo com todos e entende que não deve acontecer, em um primeiro momento, a desapropriação dessas áreas. Neste momento, a PMT realiza o Regulariza Teresina, o maior programa de regularização fundiária já realizado na cidade. Pelo programa, as famílias que ocupavam áreas públicas antes da gestão de Dr. Pessoa devem permanecer. Já aquelas que ocuparam novas áreas vão responder a justiça.
 
Sobre os professores da rede municipal de ensino, a PMT concedeu, neste mandato, um reajuste linear de 16%, a pedido dos próprios professores. Na primeira proposta, o percentual de aumento era maior, porém, escalonado.  O menor salário inicial de um professor da Prefeitura de Teresina é de R$ 5 mil, um dos maiores do país. A Prefeitura estuda pedir a ilegalidade da greve.

Greve dos professores

Os trabalhadores da educação de Teresina seguem em greve há mais de um mês. A categoria reivindica o ajuste de 33% do piso salarial, além do rateio do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação ao magistério.

No dia 22 de fevereiro, a Câmara Municipal de Teresina aprovou o projeto de lei que institui o reajuste linear de 16% para os professores da rede municipal.

Para Sinésio Soares a proposta de reajuste aprovada pelo legislativo é inconstitucional, uma vez que o salário dos professores da base, ou seja, aqueles sem curso superior, não alcança o piso com o reajuste de 16%. 

 

Rebeca Lima
[email protected]

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