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Eliminação gera reflexo financeiro no Flu, e aumenta pressão sobre o time

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A eliminação do Fluminense na última fase preliminar da Copa Libertadores gerou ecos negativos nos bastidores, e aumenta a pressão pelos resultados esportivos do time comandado por Abel Braga.

FOTO: LUCAS MERÇON / FLUMINENSE F.C.

A queda fez o Tricolor sofrer um impacto nas finanças, e com uma das principais joias já negociadas, mas a diretoria entende que há recursos para manter o planejamento inicial para a temporada.

O clube ainda não divulgou o orçamento, porém, em um plano de pagamento para credores trabalhistas e cíveis apresentado à Justiça em janeiro, por meio do Regime Centralizado de Execuções (RCE), havia previsão de chegar à fase de grupos da Libertadores - publicado, inicialmente, pelo "ge" e confirmada pelo UOL Esporte.

A derrota para o Olimpia, do Paraguai, fez o Flu deixar de ganhar US$ 3 milhões (cerca de R$ 15 milhões).

Ainda no documento, havia indicação de, em 2022, alcançar a final do Campeonato Carioca, a sexta posição no Brasileiro, as quartas de final da Copa do Brasil e as oitavas de final da Sul-Americana.

Como o imaginado na principal competição continental não foi cumprido, o time pode ter de buscar metas maiores em outros torneios.

Na fase de grupos da Sul-Americana, o Flu vai embolsar US$ 900 mil (cerca de R$ 4,9 milhões). Neste cenário, houve a "perda" de aproximadamente R$ 10 milhões. Caso alcance a semifinal do torneio internacional, o clube conquistará R$ 15,3 milhões, na soma das quantias de todas as fases.

O bom desempenho esportivo, além de acarretar em classificações, pode também alavancar outras fontes de receitas, como bilheteria.

Conforme apuração do UOL Esporte, a diretoria entende que, no que diz respeito ao RCE, as previsões apresentadas foram apontadas como conservadoras e no plano desenhado dentro do orçamento do clube para este ano.

Indica-se ainda que os dividendos colhidos nas duas fases preliminares, ajudaram a minimizar o impacto.

Recentemente, o presidente Mario Bittencourt concedeu entrevista coletiva para explicar a venda dos direitos do atacante Luiz Henrique ao Betis, da Espanha, em acordo que envolveu 13 milhões de euros (R$ 72 milhões).

Segundo o mandatário, está previsto no orçamento "de R$ 90 a R$ 100 milhões de reais em vendas de nossos jogadores para sobreviver".

Durante a explanação, Bittencourt apontou dívidas que devem ser pagas a curto prazo, até para evitar punições da Fifa, e salientou a importância que a negociação de jogadores tem dentro do orçamento.

"O fato de estarmos fazendo um excelente início de temporada, termos conseguido montar um bom time para esse ano, não significa que não sigamos em reconstrução financeira e reconstrução do clube como um todo. 

Nesses quase três anos o clube precisa passar por um momento de reconstrução, com medidas impopulares, para que possa seguir em frente em razão de tudo que encontramos quando chegamos e que interfere no nosso dia a dia", disse, na ocasião.

Posteriormente, o presidente assegurou que a gestão vem conseguindo fazer o que apontou como "trinômio".

"Esse cenário vem caminhando desde sempre, e a gente vem conseguindo equilibrar os pratos para fazer esse trinômio: manter a estabilidade, pagar dívidas e melhorar o time de futebol.

O Fluminense fatura em média entre R$ 250 e R$ 270 milhões por ano, custa operacionalmente algo entre R$ 190 e R$ 200, então sobram R$ 70 milhões? Não porque as dívidas comem mais que isso. 

Por isso as vendas são importantes justamente porque dentro desses R$ 270 milhões existem vendas de jogadores. Se não vendêssemos, faturaríamos R$ 180 milhões e empataríamos o custo de operação, aí não teria dinheiro para suportar o pagamento de todas as dívidas, isso iria colapsar o clube", disse, na ocasião.

A saída de Luiz Henrique já havia deixado a torcida insatisfeita, e após a eliminação da Libertadores, o mandatário acabou sendo um dos mais cobrados durante o desembarque da delegação no Rio de Janeiro. Ele chegou a ser encurralado por um grupo de torcedores no aeroporto do Galeão.

Fato é que diretoria, comissão técnica e elenco terão de "virar a chave" rapidamente. Na segunda-feira, o Fluminense encara o Botafogo no primeiro jogo da semifinal do Campeonato Carioca, e há a necessidade de classificação para que outro ponto indicado na previsão não seja cumprido.

Fonte: UOL-FOLHAPRESS

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