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Com 100% da frota parada, usuários do transporte coletivo relatam dificuldades

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Atualizada às 10h30

O transporte público de Teresina segue paralisado desde as primeiras horas da manhã desta segunda-feira (21). De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Rodoviários (Sintetro), nenhum veículo saiu das nove garagens das empresas de ônibus. 

Por causa da greve, os usuários do transporte coletivo enfrentaram dificuldades para conseguir se deslocar pela capital. Nas paradas do Centro de Teresina, apenas poucos veículos alternativos cadastrados circulam desde o início da manhã, mas quem depende do serviço diz que a demanda não está sendo atendida por completo. 

Nas paradas de ônibus da capital, os passageiros se depararam com a falta do transporte público. A população relata dificuldade para conseguir se deslocar até emprego, residência ou compromisso. 

“É um sacrifício que a gente faz, a gente precisa se locomover para os lugares e se a gente não tiver um dinheiro de um uber, de um mototáxi, você não resolve nada no dia de hoje, porque está tudo difícil. Você precisa de um transporte público para se locomover e nós não temos, hoje está um absurdo”, desabafa a cozinheira Raimunda Barbosa. 

Já a aposentada Socorro Nascimento mora em Timon, mas veio para Teresina à compromisso. A idosa relata que através do salário mínimo não consegue pagar a passagem e utiliza do benefício do passe livre, mas sem o transporte público, não tem como se deslocar. 

“Estou tentando ir para casa e gostaria de ter ônibus. Nós somos idosos, o salário mínimo não dá para pagar passagem, nós dependemos de ônibus, temos o nosso passe livre e não tem ônibus para nós usuários.

Além da espera, a cozinheira Janaína Rodrigues diz que os passageiros também se deparam com o transporte alternativo lotado e alguns deles informando que já estão encerrando. 

“A situação dos ônibus cadastrados também está péssima, todos que chegam dizem que já estão encerrando e vão embora. O ônibus alternativo que eu peguei para chegar até aqui também estava bastante lotado. É bastante complicado para a gente que necessita de transporte público”, informa. 

Há quase um hora na parada de ônibus, a cozinheira relatou que iria dividir um carro por aplicativo com outra passageira para conseguir chegar ao trabalho

Foto: Renato Andrade/Cidadeverde.com 

Segundo o cobrador de ônibus, Edinardo de Sousa Freitas a paralisação de hoje é resultado de diversas tentativas de diálogos sem sucesso. Para ele, existem “forças maiores que parece que não querem resolver a situação”. 

“Nós estamos há mais de dois anos sem a nossa convenção assassinada, sem ninguém dar uma resposta definitiva para nós e chegou o cume de nós termos que cruzar os braços. O nosso presidente tentou de todas as formas entrar em diálogo, tentar resolver, todas as formas que coube a nós trabalhadores, de tentar resolver com o que o transporte público de Teresina não viesse a parar, nós tentamos, mas o que nós percebemos é que existem forças maiores que parece que não querem resolver a situação”, conta o cobrador. 

Edinardo de Sousa explica ainda que a categoria está com os principais benefícios, que garantem estabilidade ao trabalhador, cortados. 

“Se a situação está precária para os empresários, imagine para nós que estamos há mais de dois anos com os nossos tickets cortados, os nossos planos de saúde, ou seja, são fatores cruciais para nós trabalhadores que de certa forma nos dava estabilidade junto com o nosso salário e tudo isso foi tirado de nós e nós ficamos levando nos ombros uma responsabilidade que não é nossa”, acrescenta.

 

Foto: Renato Andrade/Cidadeverde.com 

Matéria original 

Os motoristas e cobradores do transporte coletivo da capital iniciaram nas primeiras horas desta segunda-feira (21) uma nova greve por tempo indeterminado. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários (Sintetro), 100% da frota está parada na manhã de hoje e os trabalhadores seguem em manifestações na porta das garagens. 

Ainda na manhã desta segunda-feira, a categoria deve realizar uma manifestação em frente a sede do Tribunal Regional do Trabalho (TRT).

Por meio de nota, a Prefeitura de Teresina informou que a Strans já cadastrou cerca de 250 veículos alternativos para atender a população durante a greve dos motoristas e cobradores. 
A Strans também deve iniciar o projeto ‘Táxi Lotação’, onde 2 mil veículos devem ser cadastrados. 

Confira a íntegra da nota da prefeitura: 

A prefeitura de Teresina informa que já cadastrou 250 veículos alternativos para atuarem durante a greve do transporte coletivo na capital.A Strans informa ainda que está implantando o projeto de táxi lotação, onde 2 mil veículos devem ser cadastrados.O superintendente da STRANS, Major Cláudio Pessoa está disponível para atender a imprensa em entrevista coletiva ao meio dia desta segunda-feira (21).

Já o Sindicato das Empresas de Transporte Urbano (Setut) informou que foi notificado sobre a greve na última quinta-feira e destacou que as empresas querem manter o funcionamento dos serviços, com objetivo de atender a demanda dos passageiros. 

O Setut aponta ainda que o não cumprimento do acordo firmado em outubro do ano passado é um dos fatores que têm prejudicado o setor. "A falta de diálogo efetivo com a prefeitura, o não cumprimento por parte da prefeitura do acordo firmado em out/21 e a falta de objetividade dos gestores públicos em apresentar soluções para o transporte, tem prejudicado o sistema, e por consequência imediata, os clientes usuários dos transportes, que tanto necessitam dos serviço", diz o Setut. 

Reinvidicações 

O presidente do Sintetro, Antônio Cardoso, explicou que a categoria quer que os empresários assinem a convenção coletiva, que está há três anos sem ser firmada, com reposição salarial e o retorno de benefícios como o plano de saúde e tíquete de alimentação.

Foto: Renato Andrade/Cidadeverde.com 

 

 

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Natanael Souza e Rebeca Lima 
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