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Prefeitura apresenta proposta de manter repasse de R$ 1,2 milhão ao Setut para acabar greve

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Foto: Bárbara Rodrigues/Cidadeverde.com

Atualizada às 15h50

A desembargadora Liana Chaib, do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), afirmou nesta segunda-feira (28) que está confiante em relação a um acordo entre o Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut) e o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Rodoviários (Sintetro), após um encontro com o secretário municipal de Finanças, Robert Rios, para o fim da greve de ônibus que iniciou no dia 21 de março. O desembargador Manoel Edilson também participou das discussões.

Segunda a desembargadora, o secretário Robert Rios apresentou uma proposta, onde a prefeitura de Teresina continuaria repassando para o Setut o valor de R$ 1,2 milhão, onde parte iria para os trabalhadores, além da possibilidade de um aporte de um valor não informado, para o subsídio do diesel.

"Hoje tivemos um avanço importante, com a disponibilidade do secretário de Finanças de conversar e trouxe algumas propostas. Um acordo que talvez passe pela assinatura de uma convenção coletiva e um aceno do município para um repasse. Não tem ainda um valor, mas creio que teremos em breve uma solução. O secretário disse que vai fazer o aporte de R$ 1,2 milhão que já era repassado, mas com a greve houve a perspectiva de não se ter mais esse repasse. Agora o repasse vai ser mantido e vai ter a discussão para aportar mais um valor para o diesel", explicou.

Ela destacou que ainda é muito cedo para saber se isso vai ajudar a encerrar a greve, já que as reuniões ocorreram separadas e agora cada sindicato vai se reunir com os seus membros. Ela espera que com isso a greve seja encerrada e as negociações continuem.

"O Setut recebeu a proposta um pouco sem muita perspectiva, pois queria um aporte maior, mas aí estamos tentando mostrar essa negociação. Eles ainda vão levar isso para a categoria e estamos no aguardo de uma resposta", afirmou.

Foto: Bárbara Rodrigues/Cidadeverde.com

Já o Sintetro afirmou que até o momento o Setut não apresentou qualquer proposta e que só aceitaria um acordo, se for devidamente assinado, com participação do TRT.

"Hoje se falaram até em subsídio do diesel, mas dentro desses valores, o que seria repassado para a gente seria muito pouco. É uma situação difícil a nossa do trabalhador, e praticamente não se resolveria, mas vamos levar isso para a categoria para saber qual será o próximo passo, pois o que mais queríamos era que a situação fosse resolvida. O fim da greve ainda vai ter que ser discutido pela categoria", afirmou Antônio Cardoso, presidente do Sintetro.

O presidente ainda criticou o posicionamento da prefeitura na discussão. "Eu não sei se foi em tom de ameaça, mas disseram que se a greve continuar, não terá repasse. Nós trabalhamos em empresas privadas, mas a prefeitura tem culpa, porque prometeram de romper o contrato após várias irregularidades encontradas com o Setut, prometeram a situação de calamidade pública, prometeram municipalizar, mas tudo não passou de mentira, pois se fizessem iriam beneficiar a população. Já o Setut massacra os trabalhadores, pisa na gente o quanto eles podem. Sabemos que tem empresas que não tem esse pensamento, mas para alguns empresários, quanto pior, melhor", criticou.

Matéria original

A desembargadora Liana Chaib, do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), tenta um novo acordo entre motoristas de ônibus, em greve há oito dias, e empresários. A reunião está prevista iniciada às 12h, na sede do Corte, na avenida João XXIII, zona Leste da capital.

Na última quarta-feira (23), o Tribunal tentou costurar um acordo entre o Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut) e do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Rodoviários (Sintetro), o que não se concretizou.

Neste novo encontro, Chaib recebeu o empresário Edimilson Carvalho, presidente do Setut antes de se reunir com motoristas e cobradores do transporte público urbano da capital. 

De acordo com Sintetro, os empresários não apresentaram qualquer proposta para resolver a situação. A reivindicação da categoria é a assinatura da convenção coletiva, que protege os direitos dos trabalhadores como o pagamento do salário, assim como reajuste salarial, já que alguns estão recebendo por diária, ticket de alimentação e plano de saúde.

"Para se chegar a um acordo tem que ser oferecida alguma proposta. O nosso objetivo é a convenção coletiva assinada, com reajuste salarial. Não dá para viver com o que estamos ganhando, com uma inflamação altíssima e a gente ganhando uns R$ 800, às vezes menos, então a gente pede desculpas para a população por esse transtorno, pois a gente sofre duas vezes, além além de trabalhador, somos passageiros também", afirmou Antônio Cardoso, presidente do sindicato.

O líder sindical ainda afirmou que a proposta de pacto emergencial do TRT, só será aceita se tudo for devidamente assinado.

"Não dá para confiar no Setut, muitos acordos foram feitos, inclusive pelo TRT, mas quando chega na parte do Setut, ele não cumpre. Para avançar nessa situação tem que ser um documento assinado pelo TRT, porque de palavra deles não acreditamos. Tem que ter uma proposta. Temos que ter a convenção assinada, um reajuste, pois o salário que pagam atualmente é de 2019, no valor de R$ 1.941, 25, porém em 2020 foi feito um acordo de gaveta com o sindicato passado, onde chegamos a ganhar R$ 2.039, esse valor com base no salário de motorista, e o ticket de alimentação o valor de R$ 611. Hoje algumas empresas pagam o salário de 2019, porém outras são só diárias, que não chegam a um salário mínimo", explicou o presidente do Sintetro.

Transtornos aos usuários

Mesmo com decisão judicial que determina a circulação de 80% da frota nos horários de pico, o superintendente Municipal de Transportes e Trânsito, Major Cláudio Pessoa, ressaltou que a frota segue 100% parada na Capital.      

O Sintetro informa que está orientando o cumprimento da decisão do TRT, mas ressalta que não tem como obrigar os trabalhadores a saírem das garagens sem o pagamento dos salários.

 

 

Rebeca Lima e Bárbara Rodrigues
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