Fonte: Renato Andrade/Cidadeverde.com

Com 100% da frota de ônibus parada, a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans) informou que as empresas estão sendo notificadas sobre o descumprimento da ordem judicial relacionada a circulação dos ônibus e que todo dia é elaborado um relatório para que a Justiça seja informada sobre o caso. Atualmente, Teresina conta com 250 veículos que foram cadastrados para garantir o transporte coletivo na cidade.

O Gerente de Planejamento e Execução de Transporte Público da Strans, Felipe Leal, disse que está sendo realizada uma fiscalização diária, e que até o momento os motoristas e cobradores não estão cumprindo a decisão do juiz João Gabriel Furtado, da 2ª Vara dos Feitos da Fazenda Pública, que determinou a circulação de 80% da frota em horário de pico e 60% no entrepico.

“Estamos monitorando toda frota de ônibus em Teresina, mas como não estão rodando nenhum do sistema regular, estamos somente com os cadastrados”, afirmou Felipe Leal.

Ele explicou que a Strans elabora todos os dias um relatório informando sobre o descumprimento da categoria em relação a circulação dos ônibus. A informação é encaminhada para a Procuradoria Geral do Município, que fica responsável por informar a Justiça, sobre o não cumprimento de 80% da frota em horário de pico e 60% no entrepico.

Além disso, as empresas recebem notificações sobre o descumprimento contratual relacionado a circulação dos ônibus.

Transporte alternativo

Durante a greve, a cidade está com veículos cadastrados e do transporte alternativo circulando. Segundo a Strans são 250 veículos que estão cadastrados. 

De acordo com Felipe Leal, todos esses veículos estão sendo fiscalizados, e até o momento foram encontradas apenas duas irregularidades, relacionadas a veículos que não tinham autorização para circular.

“A Strans está diariamente fiscalizando nas praças, com o seu corpo de fiscais, todos os veículos que estão circulando em Teresina. Aqueles que estão em desconformidade com o regulamento da Strans, sem autorização para rodar no período da greve, estão sendo retirados de circulação. No começo da greve eles foram orientados a ir na Strans fazer o cadastramento. Como esse tratamento é só durante a greve, tiramos duas pessoas, porque não estavam circulando com a determinação da Strans”, explicou.

Setut x Sintreto

Com a falta de circulação de ônibus, o Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut) alegou que o descumprimento estaria acontecendo porque o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Rodoviários (Sintetro) estaria impedindo a saída dos ônibus das garagens.

Já o Sintetro negou que isso esteja acontecendo, e afirmou que os trabalhadores estão abertos ao diálogo e estão tentando conseguir que a categoria consiga seus direitos, como a assinatura da convenção coletiva, que iria garantir o pagamento dos salários, já que uma parte dos motoristas e cobradores está recebendo apenas por diária.

“Inventaram várias histórias, mas a verdade é que não estamos rodando porque os funcionários não possuem condição financeira, nem para chegar na garagem. Ninguém está impedindo saída de veículos, estão aqui trabalhando para conseguir essa convenção coletiva, estamos abertos ao diálogo”, afirmou.

Na próxima quarta-feira (6) vai ser realizada uma nova manifestação unificada com a categoria do transporte coletivo, educação e moradia, com saída na sede do Sintetro, no Centro de Teresina, às 8h.

“Nós queremos negociar, mas o que está sendo oferecido, é muito pouco. Não nessas condições, onde estamos ganhando, por dia e por hora. Temos um transporte desvalorizado, de péssima qualidade, que não tem condição de receber a população, nem mesmo pessoas com necessidades especiais. O nosso transporte está desvalorizado, e o Setut tenta colocar a culpa na gente, mas só estamos tentando lutando por melhorias”, disse Cardoso.

 

 

Bárbara Rodrigues
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