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Professores da UFPI reagem e não acatam ato da reitoria

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Com auditório lotado, os professores da UFPI se reuniram em Assembléia Geral na última sexta-feira à noite, na qual o ponto de pauta principal foi o Ato da Reitoria 538/09 que tira prerrogativas dos Chefes de Departamentos e Diretores de Centros da Universidade de fazerem ofertas de disciplinas, redistribuindo a carga horária dos docentes, conforme o Regimento Geral da UFPI.

Segundo o Ato, baixado em 02 de abril, uma das justificativas do reitor Luís de Sousa Santos Júnior é que a oferta deverá passar para o setor de recursos humanos da reitoria, de forma a atender as necessidades da oferta de disciplinas a partir do primeiro período letivo de 2009. O ato causou reação de repúdio e indignação em toda a categoria. A Assembléia contou com a participação de professores de outros campi, como o de Picos, e também com professores aposentados, revoltados com a decisão monocrática do reitor.

Em votação unânime, os docentes deliberaram contra a medida e ainda votaram uma série de ações, inclusive entrada de ação na Justiça Federal e o não acatamento imediato do ato. Muitos professores foram ao micrifone e disseram em tom de desabafo que não são vagabundos e pediram mais dignidade.

“Vamos dizer não a esse ato que fere os princípios da moralidade interna na nossa universidade, até porque tem departamento que não está cumprindo o mesmo”, disse o professor Mário Ângelo de Meneses, do Departamento de Geografia.

“Se esse ato vigorar mesmo, a UFPI caminhará para se transformar em escolão. Os professores ficarão cada vez mais sem tempo para se dedicar à pesquisa e extensão, já que ficarão sobrecarregados com excesso de carga horária de disciplinas e se dedicarão menos ainda às demandas dos alunos. Nenhum ato pode representar tamanho desrespeito aos professores”, criticou a Profa. Dra. Chefe do Departamento de Serviço Social, Marlúcia Valéria da Silva.

Para o Prof. José Lins Duarte, do Departamento de História do campus de Picos, se o ato vir a vigorar os professores serão prejudicados e impossibilitados de entrarem em programas de pós-graduação, como mestrado e doutorado.

O presidente da ADUFPI, Francisco Cardoso, disse que em nenhuma universidade federal do país uma medida como essa foi imposta e considerou o ato autoritário e truculento e que acionará também a diretoria do Andes. “Essa e outras atribuições de definir e redistribuir carga horária são de competência dos diretores e chefes de departamentos eleitos democraticamente e não de pessoas de confiança do reitor. Um ato criado sem consulta dos órgãos colegiados, o que por essas razões já o tornam sem efeito”, afirmou.

A professora aposentada Tina Mendes apoia a decisão dos colegas e disse que a medida desconsidera uma das maiores preocupações que a reitoria deveria se ater, que é a qualidade de ensino. "Esse ato representa um grande desrespeito aos docentes", entende.
 
 
Deliberações aprovadas na Assembléia Geral da ADUFPI contra o Ato da Reitoria 538/09:
·  Entrar, via assessoria jurídica, com mandado de segurança
·  Entrar com reclamação no Ministério Público Federal
·  Entrar com ação na Justiça Federal
·  Nota de Repúdio em veículos de comunicação
·  Não acatamento imediato dos departamentos perante ao ato
·  Observatório formado por membros da ADUFPI e demais professores para acompanhar os atos da reitoria
·  Reuniões da Diretoria da ADUFPI nos Centros para apresentar os efeitos negativos caso o ato vigore.
 

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