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Não há interesse em baratear a cannabis medicinal, diz presidente da associação

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Foto: Folhapress

Presidente da Associação Cannabis Medicinal do Piauí (ACMP), o engenheiro agrônomo Pedro Alencar afirmou, em entrevista ao Cidadeverde.com. que as dificuldades para o cultivo, produção e extração artesanal da substância são oriundos não apenas pelo fato do assunto ainda ser considerado um tabu, mas por “interesse” da indústria farmacêutica. 

“As pessoas que controlam hoje o uso dessa substância tem interesse que ele não fique barato e continue caro. São as mesmas forças que proibiram e continuam proibindo, só tem interesse em liberar os remédios isolados produzidos pelos laboratórios controlados pelos governos. É tudo uma questão de interesse”, declarou o pesquisador.

Pedro Alencar explica que a cannabis medicinal com autorização para comercialização em farmácias sob prescrição médica é inacessível para grande parte da população. Isso porque 100 ml da substância, em grande parte importada, chega a custar até R$ 3 mil. “Pessoas de baixa renda não conseguem ter acesso ao remédio”, pontua Alencar. 

O assunto será tema de um curso online, promovido pela Associação Cannabis Medicinal das Gerais (ACMG) em parceria com a ACMP. Ao todo, 11 expositores, incluindo o presidente da entidade piauiense, discutirão as técnicas para o processo de produção da cannabis medicinal, desde o plantio até a extração do óleo. 

“Conseguimos desenvolver um processo que transforma facilmente o óleo em creme, com grande segurança. Fizemos estudos clínicos e existem vários médicos que estão acompanhando. É isso o que queremos, que as pessoas conheçam essa forma simples de fazer o remédio e possam fazer em suas casas”, destacou o engenheiro agrônomo.

Imagem: Divulgação

Etapas para autorização e produção

Além da apresentação de todas as etapas do desenvolvimento da planta e como transformá-la em remédio, usado em tratamentos de insônia, ansiedade, estresse, mal de parkinson, alzheimer, paralisia cerebral, fibromialgia, câncer e outras tantas,  o curso também dará orientações em como conseguir autorização para o plantio e produção da cannabis medicinal.

“Após a prescrição, é preciso uma autorização da Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] para poder comprar. Você comprova que não tem condições de comprar, tendo em vista que é muito caro, e pede para o médico prescrever o óleo artesanal. Após isso, é preciso um advogado solicitar um habeas corpus solicitando autorização para o cultivo”, esclarece Alencar. 

 

Breno Moreno
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