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Estudantes relatam medo e preocupação após corte de verbas no IFPI

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A possibilidade do Instituto Federal do Piauí (IFPI) funcionar somente até setembro, após o corte realizado pelo Ministério da Educação no valor de R$ 10 milhões, tem gerado medo e preocupação aos estudantes.

Na segunda-feira (30), o reitor Paulo Borges divulgou uma nota explicando que a situação vai afetar os contratos de água, energia, limpeza, vigilância, cozinha, transporte e os demais serviços prestados pela instituição. Nesta terça-feira (31), membros dos movimentos estudantis se reuniram com o reitor e decidiram que vão realizar amanhã uma Assembleia Geral, às 13h, na sede do IFPI no Centro de Teresina, onde pretendem discutir sobre os problemas enfrentados pela instituição e vão se articular para a realização de uma manifestação no dia 9 de junho.

Antônio Victor, vice-presidente da União Nacional dos Estudantes no Piauí (UNE-PI), afirmou que a situação já vem causando problemas, pois com o corte de verbas, um dos setores que já está sendo afetado é o transporte de alunos no interior do estado, que é realizado para os que moram em localidades mais distantes.

“Esse corte nas verbas vem preocupando os estudantes, deixando com muito medo realmente, com o que pode acontecer, tendo em vista que a reitoria emitiu uma nota ontem dizendo que o IFPI só tem condição de funcionar até setembro, e tivemos notícias de alguns campi que estão com o funcionamento comprometido, como o de Oeiras, onde o ônibus institucional vai parar de funcionar porque não tem condição de pagar o combustível”, informou.

Foto: Arquivo/Cidadeverde.com

Leandro Fontenele, membro do movimento estudantil do IFPI, disse que o reitor se reuniu com alguns estudantes, relatando as dificuldades, por isso eles decidiram realizar uma Assembleia Geral para discutir sobre que medidas podem adotar para ajudar a instituição.

“O IFPI está correndo o risco de fechar as portas e não podemos deixar isso acontecer. O reitor já relatou as dificuldades e por isso vamos fazer essa manifestação, fazer barulho para pedir uma maior atenção do governo federal com a educação. O reitor já está ciente e apoia o nosso movimento. Queremos fazer barulho para que essa situação não fique assim”, destacou.

Foto: Reprodução

Leandro Fontenele estuda Ciências Biológicas no IFPI, e afirmou que está com medo de ter os estudos prejudicados. “A situação é de medo, estamos assustados com a situação, com medo de não ter condição de continuar com os estudos. Já tivemos cortes anteriores, e alunos não estão conseguindo bolsas de estudo, bolsas para pessoas carentes estão diminuindo, cortes para insumos de laboratório e o nosso medo é de parar de vez, a situação dos estudantes é de medo”, destacou.

A Assembleia vai ter participação de membros da União Nacional dos Estudantes (UNE), da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), da Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), da União da Juventude Socialista (UJS) e Sindicato dos docentes do IFPI (SINDIFPI).

Docentes também se manifestam

A professora Bruna Iwata, chefe do Departamento de Informação, Ambiente, Saúde e Produção Alimentícia do campus Teresina no Centro, afirmou que eles não vão desistir de buscar recursos para a instituição e criticou o bloqueio dos valores.

“Gostaríamos de deixar o nosso sentimento de revolta, por esse ato executado pelo governo quando fez esse bloqueio orçamentário desta instituição. A gente faz um apelo para que a gente consiga reverter esse processo, junto que é inadmissível, diante do quadro social que o país se encontra, de um período de pandemia que os estudantes foram prejudicados, que a educação pública federal não seja considera prioridade. Vamos tentar resistir a esse desmonte qualificado que foi estruturado na nossa instituição”, afirmou.

 

Bárbara Rodrigues
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