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Homem negro é morto por policial militar durante abordagem em Minas Gerais

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Foto: Arquivo Pessoal

Marcos Vinícius Vieira Couto, um homem negro de 29 anos, foi morto por um policial que disparou três tiros durante uma abordagem na Vila Barraginha, em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte, na noite do último sábado (16).

Vídeos que circulam nas redes sociais mostram o momento da ação. Nas imagens é possível ver Marcos Vinícius conversando com um policial com as mãos na cabeça. Depois ele é levado para trás de um veículo e é possível ouvir o som dos disparos.

A Polícia Militar de Minas Gerais disse que foi acionada para atender uma ocorrência de ameaças e disparos de arma de fogo. Nenhuma arma foi apreendida pela polícia com o suspeito.

De acordo com a PM, o suspeito resistiu à abordagem. O vídeo mostra quando um policial segura o suspeito pela camisa para levá-lo para outro local.
Segundo o agente, durante essa condução, Marcos Vinicius reagiu e tentou tomar sua arma. O policial disse que, por isso, efetuou os disparos.

A polícia afirmou ainda que os vídeos que circulam nas redes sociais foram cortados e que não teve acesso à íntegra das imagens. De acordo com a major Layla Brunnela, porta-voz da PM, não houve excesso na abordagem.

Ela disse também que em um dos vídeos que circulam nas redes é possível ver um volume no bolso traseiro da calça de Marcos Vinícius. Segundo ela, isso indica que ele estava com uma arma de fogo no bolso, que teria sido retirada após os disparos efetuados pelo policial.

Segundo a PM, Marcos Vinícius foi levado ao Hospital Municipal de Contagem ainda com vida. A prefeitura, porém, disse que o homem já estava morto quando chegou ao local, com várias perfurações por arma de fogo.

De acordo com a corporação, Marcos Vinícius já tinha passagens na polícia por porte ilegal de arma de fogo, por comércio de arma de fogo e por tráfico.

O policial que efetuou os disparos chegou a ser preso em flagrante, mas teve a liberdade provisória concedida pelo Tribunal de Justiça Militar de Minas Gerais nesta segunda (18). "Trata-se de militar primário, com bons antecedentes e excelente extrato de registros funcionais", diz a nota do tribunal.

A Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil em Minas Gerais (OAB-MG) disse ter acionado o Ministério Público e a Ouvidoria da PM para apurar o caso.
Segundo Willian Santos, diretor de inclusão da OAB-MG, o órgão quer uma apuração aprofundada e transparente .

O Ministério Público informou que iniciou uma investigação preliminar. "Foi solicitado o prontuário de atendimento do Hospital Municipal de Contagem e será realizada a oitiva da irmã da vítima para esclarecimentos. Na sequência, será instaurado o Procedimento Investigatório Criminal", disse a Promotoria.

 

Fonte: Folhapress (Isac Godinho) 

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