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Porta-voz dos EUA reafirma confiança nas urnas do Brasil e fala em modelo mundial

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Foto: Arquivo/Cidadeverde.com

Um porta-voz do governo dos Estados Unidos voltou a ressaltar que o país confia no sistema eleitoral brasileiro, que chamou de "modelo", e disse que as autoridades americanas acompanharão com grande interesse as eleições de outubro no país.

"Conversamos sobre isso [eleições] de modo privado com altos funcionários brasileiros, mas também tornamos pública a nossa visão. E a nossa visão é a de que as eleições têm sido conduzidas com sucesso pelas instituições democráticas e pelo sistema eleitoral do Brasil, que são capazes e foram testados ao longo de muitos anos. Elas servem como um modelo para as nações não só para o hemisfério, mas além dele também", disse Ned Price, porta-voz do Departamento de Estado, em entrevista nesta quarta (20).

Price respondeu a uma questão sobre a reunião convocada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) com embaixadores estrangeiros, na segunda (18), na qual ele disse uma série de mentiras sobre o sistema eleitoral brasileiro.

"Como um parceiro, um parceiro democrático do Brasil, acompanharemos as eleições de outubro com grande interesse e com toda a expectativa de que elas serão conduzidas de modo livre, justo e confiável, com todas as instituições relevantes conduzindo seu papel constitucional", acrescentou Price.

O Departamento de Estado chefia a diplomacia dos EUA e, assim, comanda as embaixadas do país no exterior.

Na noite de terça (19), a Embaixada dos Estados Unidos em Brasília disse, via comunicado, que as eleições brasileiras são um modelo para o mundo e que os americanos confiam na força das instituições do Brasil.

"Como já declaramos anteriormente, as eleições no Brasil são para os brasileiros decidirem. Os Estados Unidos confiam na força das instituições democráticas brasileiras. O país tem um forte histórico de eleições livres e justas, com transparência e altos níveis de participação dos eleitores", disse a embaixada.

O Brasil e os Estados Unidos viveram um momento recente de aproximação entre os presidentes Bolsonaro e Joe Biden. Os dois tiveram sua primeira conversa no começo de junho, durante a Cúpula das Américas, depois de um ano e meio de distanciamento, em que não houve encontros entre os dois líderes.

Bolsonaro era apoiador do ex-presidente Donald Trump, rival de Biden nas eleições de 2020 e que não reconheceu a derrota naquele pleito. O presidente brasileiro chegou a reafirmar as suspeitas de fraude eleitoral, nunca provadas, feitas por Trump na época, e demorou a parabenizar Biden pela vitória.

No encontro em junho, Bolsonaro disse a Biden que esperava a realização de eleições "limpas, confiáveis e auditáveis". "Cheguei [ao poder] pela democracia e tenho certeza de que quando deixar o governo também será de forma democrática", disse na ocasião.

Após a reunião, outra porta-voz do Departamento de Estado, Kristina Rosales, disse que Biden também afirmou a Bolsonaro que confia no sistema brasileiro.

"É um sistema que tem funcionado, é seguro e confiável. E isso foi certamente o que o presidente Biden comunicou ontem [a Bolsonaro], dizendo que nós acreditamos nisso e esperamos que o resultado, seja qual for, seja respeitado", prosseguiu.

"Não toleramos e não aceitamos intervenção no sistema eleitoral em nenhum lugar."

Em Nova York para participar de encontros do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), o vice-presidente, Hamilton Mourão, falou nesta quinta-feira (22) sobre o cenário eleitoral do Brasil, usando a expressão "disse me disse" para tratar do aumento de tensões na pré-campanha.

"É óbvio que é um momento de polarização entre o presidente Bolsonaro e o candidato da oposição, que é o [ex-]presidente Lula", disse.

"Há pressões de parte a parte, mas a minha visão muito clara é que chegaremos a outubro, mês das eleições, sem maiores confusões, e aquele que a população eleger irá tomar posse no dia 1º de janeiro, sem maiores problemas."

 

Fonte: Folhapress (Rafael Balago)

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