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"Vírus da gripe suína não é mais grave que o de gripe comum", diz especialista

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Dois dias depois de o Brasil ter confirmado casos de gripe suína, Caio Rosenthal, infectologista do hospital Emílio Ribas diz que não há razão para pânico. "O quadro clínico provocado por esse vírus é um quadro nem mais nem menos severo do que qualquer outra gripe."

Por que a gripe suína causou tanto pânico no mundo?

ROSENTHAL - É um vírus novo que "pegou" e como todo agente novo ele causa um certo pânico por causa do desconhecimento do que ocorrer. Como é um vírus que ninguém tem imunidade, então pode atingir uma boa parte da população mundial. O quadro clínico provocado por esse vírus é um quadro nem mais nem menos severo do que qualquer outra gripe que acomete a população nos meses mais frios.

O total de casos confirmados até hoje no mundo é o esperado? Poderia ser muito maior?

A gente não pode fazer uma dedução. Mas tudo indica que uma grande porcentagem da população ainda será atingida. E isso está ocorrendo com uma certa velocidade porque o vírus surgiu faz menos de 20 dias e já temos vários continentes com casos. Então, tudo indica que o poder de transmissão do A (H1N1) é muito alto.

É possível saber o grau de morbidade do vírus?

Não. O que sabemos é que o vírus tem características que nos possibilitam prever que ele não terá uma severidade tão grande quanto o da gripe aviária.

A pessoa que contraiu o vírus e se curou fica imunizada?

Teoricamente, sim. O problema é que o vírus é muito mutante.

A Anvisa autorizou a fabricação da vacina contra o vírus no Brasil. Ela será instrumento fundamental para evitar a gripe?

Sim, mas não a curto prazo. A vacina requer um tempo muito grande de produção, pois é feita através de ovos embrionários de galinha. Para cada dose, é necessário um ovo. Para o país produzir milhares de doses é preciso ter uma tecnologia muito grande.

É preciso usar máscaras na rua?

Não, isso é fanfarronice. Totalmente desnecessário, o vírus não está circulando. Tanto os casos suspeitos como os casos que estão com a doença estão sendo isolados. Além disso, depois de duas horas a máscara não protege mais.

O que as pessoas devem fazer para se proteger?

Ela precisa procurar um posto médico quando tiver sintomas e sinais compatíveis com uma gripe e, principalmente, se tiver os dados epidemiológicos que fecham a definição de casos suspeitos (pessoas que tiveram em países com foco da doença e que apresentam os sintomas). E lavar as mãos com frequência, pois 25% dos pacientes diagnosticados até agora apresentaram quadros de vômito, diarreia e náusea --o que difere um pouco da gripe sazonal e nos faz pensar que pode haver transmissão oral-fecal.
 
Fonte: Folha Online
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