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Após prisão de assassinos, mãe de Epaminondas fala sobre amor e saudade do filho

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Fotos: Paula Monize - Cidadeverde.com/picos

Um amor que não morreu com a partida precoce do filho. Há nove anos, a mãe do empresário Epaminondas Feitosa Coutinho, Luzia Carvalho Feitosa Coutinho, Dona Lili, convive com a dor e saudade de perder o filho, assassinado com nove tiros na noite de 08 de junho de 2013, em Picos.

O crime que ganhou notoriedade em todo o Estado teve seu desfecho nesta terça-feira (20) com a prisão de Manoel dos Santos Matos, o Santino, condenado pela Justiça há mais de 27 anos pela morte de Epaminondas. Santino foi um dos pistoleiros contratados para praticar o crime e o único que estava foragido. Todos os envolvidos, mandante (esposa Antônia Andrade), executores e agenciadores foram condenados.

Diante desse contexto, a TV Cidade Verde Picos e o Portal Cidadeverde.com/picos entrevistaram a mãe do empresário, na sua própria casa, que falou pela primeira vez sobre como tem sido a vida da família após o crime. A memória do filho caçula de uma família de 10 irmãos ainda permanece muito viva.

Saudade

Dona Lili relata que há nove anos, desde a morte de Epaminondas, a saudade tem tomado conta do seu coração. 

“Meu coração é partido, eu acho que eu deixei de viver assim o mundo depois da morte do meu filho. Perdi o meu marido, ontem fez três anos, o pai de Epaminondas, Elias Coutinho Coelho. Ele não suportou a saudade de Epaminondas, adoeceu e morreu. Mas eu estou aliviada com a prisão dos bandidos. Eu tenho 83 anos, mas esses nove anos eu estou me limitando com a falta de Epaminondas [chorou], eu sofro demais. A morte de Epaminondas foi uma coisa que veio pra me acabar, eu não me conformo”, disse a mãe.

O poder da Justiça

Depois da condenação e prisão de todos os envolvidos no assassinato de Epaminondas Coutinho, Dona Lili disse que respira mais aliviada. O sentimento, segundo ela, é que a Justiça foi feita.

“Eu fiquei muito aliviada, eu sempre dizia a Deus, que quem fez deve pagar. Na minha camiseta está escrito nas costas: Eu confio em Deus e na força da Justiça, que essa justiça fosse feita. Hoje [terça-feira] recebi a notícia, meu sobrinho ligou avisando que ele tinha sido preso, aliviou meu coração”, frisou.

A noite do crime

Aquele ditado popular que coração de mãe sente faz todo sentido na vida de Dona Lili. Durante a entrevista exclusiva, a aposentada lembrou a triste noite de 08 de junho, onde o filho caçula foi brutalmente assassinado.

“Naquele dia coração de mãe toca. Eu passei o dia muito triste, a noite iria ter a Feira Cultural e eu não fui, fiquei em casa. Meu filho veio de Massapê pra assistir, quando saiu do colégio os matadores o acompanharam e mataram. Temos muita tristeza e revolta”, descreveu.

Acreditava que esposa do filho tinha participação no crime

As investigações apontaram que Antônia Andrade, esposa de Epaminondas Coutinho, foi a mandante do crime. A mesma foi presa e condenada pela Justiça há 24 anos de prisão.

Evitando tocar no assunto por respeito ao neto, Dona Lili, mencionou que sempre acreditava que a ex-nora tinha participação no homicídio.

“Eu imaginava que sim, porque meu filho não tinha um inimigo na vida. A mesma coisa, eu nunca saí da reta. Ela vinha aqui em casa, despistava, mas eu não acreditava porque Nondas não tinha um inimigo na vida dele. A justiça está dizendo todos os criminosos foram julgados, não sou eu quem disse. Meu coração sentiu e eu nunca retirei do meu pensamento”, frisou.

Nos autos do processo, consta que a motivação do crime era um seguro de vida de Epaminondas no valor de R$ 400,000.00. Sobre o valor, Dona Lili esclarece que Antônia não conseguiu sacá-lo. 

“Muito mais que esse dinheiro, ele deixou em bens. Ela não conseguiu sacar o dinheiro”, comentou.

Amor pelo neto

O filho do empresário, o Epaminondas Jr., carinhosamente chamado de “Nondinhas”, desde 2017 está sendo cuidado pela família paterna. Cursando Odontologia, Dona Lili destaca que o neto é muito amado e se parece muito com o pai.

“Ela chegou aqui em casa uma criança sofrida, ele é muito bom, compreensivo, ele se formou uma pessoa ótima. Nondinha é uma pessoa ótima e amado. Nondinha é dois B ele é bom e bonito. Ele lembra muito o Epaminondas, ele é calmo, tranquilo, não quer saber de nada de ninguém, só quer saber da vidinha dele”, destaca.

Dona Lili ainda ressalta que a paixão pelo Flamengo do filho também é uma paixão do neto.

“Time do coração de Epaminondas e hoje é o time do coração de Nondinhas. Ele é flamenguista. Eu guardo essas camisas e como se tivesse ele perto, até o perfume dele eu sinto. Ele amava muito o filho, todas as fotos do colégio é do pai com o filho”, fala.

Legado

O legado de Epaminondas para a família segue vivo através do exemplo de vida como pai, filho, irmão. 

Confira a entrevista na íntegra!

Paula Monize
[email protected]

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