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Mãe faz ação social em Teresina para realizar sonho da filha que morreu há 4 meses

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Fotos: Arquivo Pessoal

Marina Lima Teixeira tinha 25 anos quando faleceu em junho deste ano vítima de complicações de Covid-19, meses após conseguir fazer o transplante de medula óssea para o tratamento da Leucemia. Agora a mãe dela, Maria Lima, busca fazer no dia 13 de outubro uma ação social para realizar o sonho da filha, que planejava doar brinquedos para crianças carentes na cidade de Teresina.

Maria Lima explicou que em 2020 a filha começou a perceber manchas roxas pelo corpo. Após alguns exames, ela foi diagnosticada em julho com aplasia medular grave e precisava de um transplante de medula. Foi quando a família começou uma campanha para incentivar a doação.

A família chegou a conseguir um doador em Londres, na Inglaterra, mas quando ela foi fazer uma nova bateria de exames para poder receber a doação da medula, acabou descobrindo que na verdade estava com leucemia. Além de descobrir a doença, houve problemas em localizar o doador da medula, que havia mudado de telefone e não foi localizado.

“O nosso mundo acabou [quando descobrimos que era leucemia], ela chorou muito e disse: o que for eu vou lutar, vou vencer, e aí ela começou a fazer quimioterapia, teve que se internar em janeiro com urgência, passou 38 dias internada, caiu cabelo, e ela lutando muito forte, sempre fazendo quimioterapia, e em julho recebemos a informação que tinha um doador, e era o mesmo, porque ele não tinha desistido, tinha mudado de telefone, e quando fez uma atualização do número dele, já caiu no sistema de novo ela. Esse doador tinha a idade dela, 25 anos, quando fez o transplante no dia 1º de outubro”, afirmou.

Com o transplante realizado no dia 1º de outubro, somente no dia 13 de outubro de 2021 descobriram que a medula havia pegado. Essa foi considerada uma data especial, foi quando Marina decidiu que iria usar esse dia para fazer uma ação social para crianças carentes.

“No dia 13 de outubro a medula pegou, foi muito choro, gratidão a Deus e ela falou que no próximo no 13 de outubro de 2022 seria seu aniversário de renascimento e que queria um local carente para levar bolo, para fazer o dia para as crianças carentes e isso a gente foi organizando na nossa cabeça”, explicou Maria Lima.

Após o transplante ter dado certo, Marina ficou internada no Hospital Português, em Recife, até retornar para Teresina em janeiro de 2022, para continuar o tratamento. Foi quando ela acabou descobrindo que estava com Covid-19, onde teve uma infecção respiratória que comprometeu em 70% o pulmão.

“Isolei ela 20 dias aqui em casa, e a tosse só piorando, ela cansando. Ela se internou, passou 15 dias, e piorou, consegui uma UTI Aérea e ela foi para Recife. Foi internada, passou 12 dias internada em estado grave, passou 27 dias na UTI, depois o médico deu alta, e alugamos um apartamento. Ela chegou com sonhos e esperanças. Passamos o Dia das Mães juntas, e no dia 14 de maio começou o pior, teve uma alergia na pele, uma diarreia, pedi ao médico para internar e no dia 3 de junho minha filha faleceu”, lamentou.

Com apenas 4 meses da morte da filha, Maria Teixeira afirmou que apesar da perda recente, está tendo forças para levar adiante o sonho de Marina de ajudar crianças carentes no dia em que faria um ano que o transplante da medula deu certo.

“Eu tatuei essa data de 13 de outubro de 2021, porque foi o dia que a medula dela pegou, foi o dia em que ela falou que iria comemorar esse renascimento dela, a gente fazendo uma ação social, então eu acredito que não estou com essa tatuagem à toa. Deus tem um propósito e eu estou tentando fazer isso valer a pena. Marina deixou para mim a missão de fazer o bem, e um filho de três anos. A dor é muito grande de ter perdido ela, uma menina ativa, do bem, mas Deus tem um propósito para isso e estou seguindo”, afirmou.

Ela ainda pretende fazer uma campanha em janeiro do próximo ano para incentivar o cadastro no banco de medula óssea. “A gente perde os filhos, os irmãos, os pais, a mãe, porque a pessoa não pode doar 5 ml de sangue para fazer um teste de medula, então em janeiro vai ser a corrente da medula, porque o que eu estou passando, eu não quero que ninguém passe”, destacou.

O projeto de Marina pretende doar brinquedos para crianças da comunidade Taboca do Pau Ferrado, na região da Estaca Zero em Teresina no dia 13 de outubro. Quem quiser ajudar pode fazer doação de alimentos perecíveis, brinquedos, roupas e até mesmo uma doação via pix pelo CPF 446.774.483-53, em nome de Maria Raimunda Lima.

Quem quiser fazer as doações pode entrar em contato pelo telefone (86) 99903-4557.

 


Bárbara Rodrigues
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