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Petrobras reduz preços do gás natural em 5% para distribuidoras a partir de novembro

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Foto: Agência Petrobras  

A Petrobras vai reduzir em 5%, em média, os preços do gás natural vendido a distribuidoras de gás encanado. O ajuste, que é trimestral nesse tipo de contrato, repassa ao consumidor a queda das cotações internacionais do petróleo nos últimos meses.

A divulgação do corte no preço foi mais uma novidade da nova gestão da Petrobras. Assim como querosene de aviação e asfalto, os reajustes do gás natural não eram divulgados de forma pró-ativa pela estatal. Passaram a ser em um momento de queda de preços às vésperas da eleição.

Os novos preços entram em vigor no dia 1º de novembro, mas o repasse ao consumidor depende dos contratos de concessão de distribuição de gás. Em alguns estados, é imediato; em outros, é feito apenas na data de reajuste anual das tarifas.

Em São Paulo, por exemplo, o repasse deve ser feito em dezembro. No Rio de Janeiro, é automático. O corte não se aplica ao gás de cozinha, mas ao gás encanado, mais usado por indústrias e comércio e também destinado ao uso veicular.

Segundo a estatal, o corte no preço reflete queda de 11,5% na cotação do petróleo desde a última mudança nos preços, no início de agosto. Já a taxa de câmbio, outro indexador dos contratos depreciou 6,5% no período, segurando a redução.

Como reflexo da disparada do petróleo no primeiro semestre, o preço do combustível acumula alta de 48% no ano. Com o corte de novembro, portanto, a alta acumulada em 2022 será de 40,6%.

O preço do combustível foi fortemente impactado pelas renovações de contratos com distribuidoras no fim de 2021. Os novos contratos, que representam cerca de 70% do volume consumido no país, tiveram aumento de 50%.

Embora a redução fosse esperada pelo mercado, o anúncio foi recebido com surpresa. A Petrobras não costumava divulgar os reajustes, que eram tornados públicos por distribuidoras ou grandes consumidores do combustível. E, geralmente, mais perto do fim do mês.

A Petrobras tem sido criticada por atuar na campanha à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) com uma política de divulgação de cortes de preços quase todas as semanas.

Com o petróleo em alta nas últimas semanas, porém, as notícias estão mais escassas: o último anúncio, de corte 10,5% no preço do asfalto, foi feito no dia 29 de setembro.

Agora, a empresa é pressionada pelo governo a não aumentar gasolina e diesel, que já têm grande defasagem em relação às cotações internacionais. A única refinaria privada do País, a Refinaria de Mataripe, anunciou reajustes no último sábado (8).

Na abertura do mercado desta segunda (10), o preço médio da gasolina nas refinarias brasileiras estava R$ 0,36 por litro, ou 10%, abaixo da paridade de importação, conceito que simula quanto custaria importar o combustível.

No caso do diesel, a diferença medida pela Abicom (Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis) era de R$ 0,75 por litro, ou 13%. Em junho, quando a defasagem atingiu esse patamar, a Petrobras aumentou o preço do combustível em 14,2%.

Em nota, a Petrobras disse que "a atualização trimestral do preço do gás natural e anual para o transporte do produto permite atenuar volatilidades momentâneas e aliviar, no preço final, o impacto de oscilações bruscas e pontuais no mercado externo, assegurando, desta forma, previsibilidade e transparência aos clientes".

 

Fonte: Folhapress (Nicola Pamplona) 

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