Um idoso foi detido e levado à Central de Flagrantes de Teresina na tarde dessa terça-feira (19) suspeito de abusar de uma adolescente por 12 anos. Segundo a família da vítima, que atualmente tem 16 anos, o homem é marido da avó da adolescente e o crime acontecia quando ela morava com a idosa.  

Em áudios enviados para a adolescente e obtidos pela TV Cidade Verde, o idoso dizia que eles não podiam ter contato em público e que precisavam se afastar, mas que não estava chateado com a vítima. Ele também pedia para ela ir visitar ele no dia seguinte.

“Aconteça o que acontecer com você não seu preocupe porque eu não vou pular fora. Eu vou tá sempre com você. Nós não podemos é ficar se esfregando, essas coisas, ao nosso bem. Entendeu minha princesa? Não estou de mal com você não. Me afastei de você não porque eu estou de mal com você, você sabe porque, quanto mais ficar distante é melhor para nós, tá bom? Mas amanhã, 6h30 eu quero você aqui porque o caldo vai ser do mesmo jeitinho. Levo para o trabalho e trago”, dizia.

A família da menor informou ainda que o ‘caldo’ que o idoso fala no áudio era um código para se referir ao abuso e que os estupros aconteciam desde quando a vítima tinha quatro anos.

“Ele chamava ela para o caldo, na verdade era para ter a relação.  Mas ele soube manipular ela de uma forma todos esses doze anos que a primeira vez que ele estuprou ela foi ao 4 anos de idade”, disse a família.

Ameaçada pelo suspeito para não contar sobre os abusos, o crime só foi descoberto quando a família teve acesso ao celular da adolescente, que foi morar com o pai biológico, e viu as mensagens que o idoso mandava para a menor.

“Ela deu entrada no hospital, na urgência, e tivemos acesso ao celular dela onde a gente viu que o abusador ficava mandado mensagem ameaçando ela. A gente conseguiu conversar com ela e ela conseguiu se abrir e também conseguiu fazer a denúncia, que é o mais difícil para a vítima”, informou uma testemunha.

O caso foi denunciado para a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) que investiga as acusações. A família relatou também que percebeu mudança no comportamento da menor quando ela passou a morar com o pai.

“A gente fez a denúncia na DPCA, ela contou tudo que vinha acontecendo e ele vinha ainda sim mandando mensagens, tentando entrar em contato por outras vias, por outras pessoas para ver ela, pra conversar com ela, que queria ver, e ela com medo”, disse outra testemunha. 

A condução do suspeito à Central de Flagrantes aconteceu quando ele foi até a casa do pai da vítima na tarde de ontem (18) para ver a adolescente e família acionou a Polícia Militar.

“Ele foi lá, e acredito eu que na tentativa de coagi-la, na busca de obter alguma informação porque ele sabia o que tinha feito durante todo esse tempo e ele estava curioso se ela tinha relatado com a psicóloga e tudo. Quando ela abriu o portão e viu ele, ela desmaiou e depois quando acordou, disse que não queria mais conversar com ele, ficou muito mal”, contou os familiares.

 

 

Rebeca Lima
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